Resumo: “POR QUE UMA VISÃO BÍBLICA DA CIÊNCIA?”
INTRODUÇÃO
Em todas as épocas os crentes foram chamados a expressar a sua fé. Os cristãos sempre tiveram, em todos os tempos e lugares, que responder as questões cruciais de suas épocas.
Os cristãos Judeus do primeiro século tiveram que responder como deveria ser o relacionamento da antiga aliança e a nova aliança em Cristo. Os cristãos do final do século primeiro tiveram que ter uma resposta de como deveria ser o relacionamento com filosofia gnóstica. Os reformadores tiveram que dá uma resposta aos desvios da Igreja no século XV, e dizer como deveria ser seu relacionamento entre a verdade bíblia e as práticas pagãs. Os cristãos europeus do século XIX tiveram que ter uma resposta bíblica para a alta crítica das Escrituras. Os cristãos do século XX tiveram que dizer como as Escrituras deveria se relacionar com a psicologia no aconselhamento pastoral.
Com o avanço tecnológico e dos estudos das ciências sociais, a maior missão dos cristãos do século XXI e trazer uma resposta sobre como deve ser o relacionamento entre a teologia e a ciência, dentro de uma cosmovisão cristã reformada.
As grandes perguntas que surgem no mundo contemporâneo que vivemos são: pode-se obter a verdade por meio de métodos científicos? Há como a teologia e a ciência andarem de mãos dadas? Qual deve ser a cosmovisão correta sobre a ciência? E a grande questão que o autor trabalha em seu texto, que é a sua problemática: Por que precisamos ter uma visão bíblica da ciência?
Taylor B. Jones busca uma resposta para estas qustões dentro de uma pespectiva bíblicista e uma cosmovisão reformada, e sempre demaneira muito equlibrada. Se você quer saber porque é necessario ter uma visão bíblica da ciência, este resumo contém as pricipais ideias do autor.
POR QUE UMA VISÃO BÍBLICA DA CIÊNCIA?
Para o autor, não podemos e nem devemos superestimar o impacto da ciência e sua influência sobre a maneira como pensamos. A ciência abrange aspectos da vida de todas as pessoas. E não são poucos os que acreditam em seus resultados.
Todavia nem todos têm uma cosmovisão correta com uma representação precisa da realidade. Embora haja muitas cosmovisões, nem todas podem ser corretas. Uma cosmovisão correta deve ser verdadeira, uma expressão da maneira como as coisas realmente são.
Por essa razão ainda se busca por uma cosmovisão da ciência que descreva com precisão e reflita de forma confiável toda a realidade.
Filosoficamente, uma cosmovisão cristã contém cinco blocos de crenças sobre:
1. Deus (teologia);
2. Realidade atual (metafísica);
3. Conhecimento (epistemologia);
4. Ética (axiologia);
5. Natureza humana (antropologia).
A ciência, como componente da epistemologia, é definida como:
1. O estado do conhecimento.
2. Área do conhecimento sistematizado como um objeto de estudo e algo que pode ser estudado ou aprendido.
3. Conhecimento que abrange verdades gerais por intermédio de métodos científicos e conhecimento concernente ao mundo físico e seus fenômenos, que é ciência natural.
A metodologia da ciência como apresentada pelo método científico será analisada aqui cuidadosamente, de modo que, a natureza da verdade poderá ser discutida, particularmente relacionada à ciência e à autoridade atual, a Verdade da Palavra de Deus.
Para Taylor B. Jones, é importante observar que algumas áreas do estudo científico são mais confiáveis que outras. Essas disciplinas, que permitem que a matéria de estudo seja analisada, comprovada e apresentada como "ciências difíceis", onde a palavra "difícil" denota um nível de confiança. s Exemplos de tais disciplinas incluem a física e a química. Disciplinas nas quais a reprodutibilidade da experiência é difícil ou impossível de se alcançar são denominadas "ciências leves". A implicação, portanto, é que os métodos de uma são mais confiáveis que das outras.
Todavia uma análise mais profunda do desenvolvimento da filosofia da ciência está além do escopo deste capítulo. Em vez disso, cremos ser mais útil considerar como a ciência funciona em um sentido geral.
O método científico
Na visão do autor, a técnica geral para a aquisição, a avaliação e a compreensão da informação para um estudo científico é chamada de "método científico". O pensamento dos cientistas não é assim tão diferente do pensamento dos não-Cientistas. Albert Einstein disse: "A ciência inteira nada mais é que um refinamento dos pensamentos diários".
O método científico é usado por todos. O autor ilustra este fato da seguinte maneira:
Um professor saia de seu escritório e vê que o pneu de seu carro está murcho. Isto é chamado de observação. Aqui está o primeiro de dois componentes do método científico. A observação.
As observações em si mesmas e de si mesmas são necessárias como ponto inicial ao método científico, mas para ser útil, a observação deve ser interpretada. É possível fazer uma observação, mas interpretar mal seu significado.
Nesse ponto do processo, um "chute" científico, chamado de hipótese, que é a explicação inicial, sem comprovação, do por que ou como o evento observado e corretamente interpretado aconteceu. Aqui varias razões para a causa são levantadas. Essa formulação inicial, a hipótese, é um reconhecimento explícito de um dos princípios fundamentais da ciência: causa e efeito, ou seja, nada acontece sem motivo.
Retirar o pneu e observá-lo mais atentamente e buscar por um furo em busca de uma resposta para as hipóteses, é chamado de experimentação. Os resultados da experimentação produzem mais observações e fatos que podem concordar com uma hipótese correta, ou provar que a hipótese era falsa.
A experimentação traz respostas para as hipóteses. Esse nível mais alto de credibilidade é chamado de teoria ou de modelo. Uma teoria é uma hipótese testada e deve ser consistente com todos os dados experimentais existentes. Aqui algumas hipóteses são descartadas porque não se encaixa nos fatos.
Quando uma hipótese é experimentada e comprovada a teoria pode ser elevada à categoria de lei. Algumas vezes, as teorias se tornam tão amplamente aceitas que são adotadas como "leis". Porém ocasionalmente, uma informação nova é descoberta que força os cientistas a enterrar uma teoria anteriormente confiável.
O exemplo citado tipifica a lógica que caracteriza o método científico. E é esta mesma abordagem que é utilizada em toda a ciência para esclarecer os relacionamentos de causa-e-efeito nas respectivas disciplinas.
Essa incapacidade de produzir verdade significa que? A ciência não pode produzir uma cosmovisão correta que seja completa e totalmente confiável. É de utilidade questionável possuir uma cosmovisão que tenha de ser reescrita ou descartada à luz de eventos futuros. Como saber, então, se uma cosmovisão é correta? Como testar uma cosmovisão?
Encontrando uma cosmovisão correta.
Para o autor, encontrando a cosmovisão correta comparando-a a verdade. Pode-se utilizar ciência ou, de outra forma, qualquer outra área do conhecimento humano em parte ou por completo como modelo para a avaliação de uma cosmovisão. Todavia ela não pode ser usada como uma “bússola” para definir com absoluta certeza que direção tomar em relação aos desafios da vida.
Uma cosmovisão, a despeito de ser relevante, nem sempre pode ser aplicada de forma universal. O sistema americano de medidas de comprimento não pode ser adotado para o mundo inteiro de forma bem-sucedida.
Sendo assim para que uma cosmovisão venha a ser de utilidade universal, ela tem de estar em concordância com o padrão que descreve as coisas como elas são realmente. Uma cosmovisão correta deve, necessariamente, coincidir com a realidade. O autor nos leva as seguintes questões: Qual é o modelo que reflete o modo como às coisas realmente são? "O que é a verdade"? O que existe que seja uma reflexão acurada e imutável da maneira como as coisas realmente são?
O modelo confiável
A única coisa que é completamente confiável como verdadeira é a Palavra de Deus. Este tem sido o princípio fundamental do cristianismo através dos séculos.
Atualmente há uma quase universal aceitação da noção errônea de que a verdade é aquela que cada um reconhece pessoalmente como sendo verdadeira. O que conhecemos como relativismo.
Todavia, o fato de que Deus o disse é que o confirma. A confiança merecida e a autoridade do autor são a questão. Quando se estabelece que o autor seja irrepreensível, então a questão foi decidida.
Para Taylor B. Jones, muitos sustentam que a Bíblia é verdadeira somente quando lida com questões que são espirituais, mas é algo de menor confiabilidade em áreas fora da esfera espiritual, ou seja, seculares. Uma dicotomia do sacro-secular surgiu no passado, continua até hoje.
Uma tentativa de suprimir a distância entre essas duas áreas do conhecimento foi proposta por Arthur F. Holmes Afirmando que: "toda verdade e a verdade de Deus", em um tempo em que os estudos seculares, especialmente os das ciências, eram considerados menos eminentes que a teologia.
Entretanto cremos que não se pode separar um tema sacro de um secular nas Escrituras, porque Deus não pode ser separado de Sua criação.
Porém quando a Bíblia se refere a um assunto científico ela o faz com certo nível pretendido de precisão. Entretanto, não se pode pretender que a Bíblia deva ser usada como um livro-texto de ciências. Esse não é nem nunca foi o propósito da Escritura.
Em suma, busca por uma cosmovisão correta, separada de uma cristandade bíblica, pode nunca conseguir levar a uma metodologia confiável.
Abordando as Escrituras
Segundo o autor a visão científica da Bíblia terá um enorme impacto em como um cientista atua. Geralmente, os cientistas abordam as Escrituras em uma de três maneiras. Aqueles que ignoram as Escrituras são chamados teóricos "Sem Livro". Os teóricos "Dois Livros", usam uma mescla de Bíblia com ciência. E, finalmente, os teóricos "Livro de Regras" confiam completa e totalmente na Bíblia como a única fonte para a ciência.
O papel que as Escrituras desempenham na ciência tem enorme influência para o cientista. Todo cientista, consciente ou inconscientemente, toma decisões baseado em sua cosmovisão.
A ABORDAGEM “SEM LIVRO”
Um cientista que opta pela abordagem "Sem Livro" ignora completamente a contribuição que a Bíblia pode fazer a sua área científica. Tal cientista escolhe assumir que as Escrituras são tanto erradas quanto irrelevantes.
Isso trouxe a idéia de que a Bíblia não tem nada a oferecer ao cientista com suas investigações e assinalou o começo da divisão dos caminhos entre a ciência e a cristandade.
Deste o caso de Galileu, passou-se a idéia, que permanece até hoje, que a religião é completamente inepta na compreensão da ciência e em oferecer subsídios confiáveis para tal.
A ABORDAGEM "DOIS LIVROS"
Em anos recentes, uma nova perspectiva tem desfrutado uma crescente popularidade. É a abordagem "Dois Livros", que tenta integrar duas áreas supostamente equivalentes. É defendida por cientistas que têm o cuidado de harmonizar sua compreensão da ciência com sua compreensão da Bíblia. Para eles a ciência e a Bíblia são dois livros, sendo fontes de verdade, que não podem ser mutuamente contraditórias.
O autor levanta uma questão: o que acontece quando surgem contradições entre a ciência e a Bíblia, dentro desse sistema de "Dois Livros"? É possível buscar uma resposta, analisando esses quatro cenários possíveis:
1. A ciência está errada, e a Bíblia está correta.
2. A ciência está errada, e a Bíblia foi mal interpretada.
3. A ciência está correta, e a Bíblia está correta.
4. A ciência está correta, e a Bíblia está errada.
Os teóricos "Dois Livros" erram com mais freqüência quando diz que a ciência está correta, e a Bíblia foi erroneamente interpretada e conseqüentemente menor confiável que a ciência, que por sua vez é superior à Bíblia.
Essa colocação da ciência acima das Escrituras tem implicações grandes e danosas. Nesse modelo, a ciência determina a hermenêutica e se torna a ferramenta usada para interpretar a palavra de Deus. A ciência - ou seja, os princípios usados para interpretar o significado da Bíblia. A desvantagem de tal metodologia está no uso de técnicas temporárias, sujeitas as mudanças a qualquer momento e não levar em conta o Soberano e eterno Criador do universo. Este é um problema insolúvel para a abordagem "Dois Livros".
A ABORDAGEM “LIVRO ÚNICO”
Finalmente, há o teórico do "Livro Único". Esse indivíduo é um cientista que reconhece sincera e voluntariamente que a Bíblia é inequívoca, infalível, confiável e suficiente. Ele aceita as Escrituras como estando elevadas a uma posição de autoridade e confiabilidade que permanece acima de todas as outras áreas do conhecimento que ela venha a interceptar. A base para isso é uma visão correta da elevação, magnificência e glória do Autor divino. A visão exaltada é então corretamente relacionada à Escritura, já que não se podem divorciar as palavras do Autor de Seu caráter.
Aqui o cientista olha para o universo reconhece que ele é obra das mãos do Deus soberano. O teórico do "Livro Único" aceita alegremente que a chave para a compreensão de tudo não é algo que Deus seja obrigado a fornecer.
Em resumo, o teórico do "Livro Único" sempre usa a ciência como uma ferramenta que é a sevar da Bíblia e nunca senhora.
Como conclusão
O autor conclui que, ao tornar-se um teórico do "Livro Único", o cientista cristão adquire a perspectiva da ciência que Deus planejou. Certamente, uma parte crucial dessa visão é que a ciência pode ser de grande valor para a sociedade e pode contribuir para uma compreensão maravilhosa, correta e verdadeira do universo que, em troca, pode ser usada para benefício de toda a humanidade.
A adoção da cosmovisão, do "Livro Único" da ciência, reconstitui os passos erráticos da ciência contemporânea iniciada séculos atrás, e reiniciada para trilhar agora o caminho harmonioso e compatível com o das Escrituras. Essa compreensão, por si só, permite à ciência reassumir seu lugar correto na epistemologia.
CONCLUSÃO
O relacionamento entre teologia e ciência sempre foi motivo de discórdia no decorre da história. Há aqueles que dizem ser impossível tal união, por causa da incompatibilidade de gêneros (a abordagem “sem livro”). Há inda outros que dizem que esse relacionamento é até possível, mas sempre estará em crise. (a abordagem "dois livros"). E há os que defendem um relacionamento possível e estável, quando a Bíblia é a autoridade maior (a abordagem “livro único”).
Isso mostra que tanto no meio cristão, como no meio secular há uma indefinição quanto à cosmovisão do assunto. O autor diz que nem todos têm uma cosmovisão correta com uma representação precisa da realidade. Embora haja muitas cosmovisões, nem todas podem ser corretas. E que uma cosmovisão correta deve ser verdadeira, uma expressão da maneira como as coisas realmente são.
Taylor B. Jones, partindo dos pressupostos da teologia reformada e dentro de uma visão bíblicista , defende a ideia que é necessário se ter uma cosmovisão bíblica da ciência, e partindo da analise dos métodos cintificos mostra que a ciência é últil em algumas questões universais, mas ciências humanas são verdades humanas e em desenvolvimento e assim seus princípios e métodos são falíveis, logo ela deve ser uma ferramenta para a teologia , sempre como serva e nunca como senhora , sempre submissa e nunca no mesmo grau de autoridade.
Segundo o autor o melhor método a ser usado pelos cientistas é do "Livro Único", com cientista cristão adquire a perspectiva da ciência que Deus planejou. Certamente, uma parte crucial dessa visão é que a ciência pode ser de grande valor para a sociedade e pode contribuir para uma compreensão maravilhosa, correta e verdadeira do universo que, em troca, pode ser usada para benefício de toda a humanidade.
Todavia para isso é necessário que ele observe o que afirma o teólogo Hans Schwarz, num ensaio para a DW-WORLD. "Os cientistas têm que admitir que necessitam de uma fé, para reconhecer relações fora do mundo observável"
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