Análise Crítica da Repúlica de Plãtão
Sem. Jailson Jesus Dos Santos
1. BIBLIOGRAFIA
PLATÃO. A República. Coleção Os Pensadores. Tradução: Enrico Corvisieri. São Paulo, SP: Editora Nova Cultural, 2004. 352 p.
2. TEMA PROPOSTO PARA O LIVRO:
A Republica Ideal, em um mundo Real.
Para Platão era possível se ter o estado que não vivesse uma vida cativa sobre as sombras do que parecia ser. Ele acreditava em um mundo ideal e real. Pois, por mais que muitos considerem que a idéia que a república ideal é uma utopia, Platão não a considerava. Ele mesmo diz: “Poderemos estão afirmar que existiu, existe e existirá uma república semelhante a nossa, quando a Musa filosófica se torna a senhora de uma cidade”. (p. 209). Ele acreditava nesta República ideal neste mundo real. Para ele isso se daria quando aqueles que tiveram acesso ao mundo das idéias (no caso os filósofos) estivessem no governo desse mundo real. [1]
3. QUADRO DE REFERÊNCIA DO AUTOR
Para Platão era possível se ter o estado que não vivesse uma vida cativa sobre as sombras do que parecia ser. Ele acreditava em um mundo ideal e real. Pois, por mais que muitos considerem que a idéia que a república ideal é uma utopia, Platão não a considerava. Ele mesmo diz: “Poderemos estão afirmar que existiu, existe e existirá uma república semelhante a nossa, quando a Musa filosófica se torna a senhora de uma cidade”. (p. 209). Ele acreditava nesta República ideal neste mundo real. Para ele isso se daria quando aqueles que tiveram acesso ao mundo das idéias (no caso os filósofos) estivessem no governo desse mundo real. [1]
3. QUADRO DE REFERÊNCIA DO AUTOR
Filósofo grego nascido em Atenas em 428 ou 427 a.C., Platão foi sem duvidas o maior filósofo da antiguidade, o mais brilhante discípulo de Sócrates e um dos pensadores que mais influenciou a cultura Ocidental. Platão, cujo nome verdadeiro era Aristócles (uma homenagem ao seu avô), nasceu de uma família rica, envolvida com políticos.
Antes de conhecer Sócrates, seu grande mestre que mais o influenciou em seu pensamento filosófico, Platão era amante do esporte e da poesia, e, isso é visível em seus escritos, através das ilustrações sobre o vigor físico e seu estilo literário.
Em princípio, por tradição familiar deveria seguir a vida política. Contudo, a experiência do governo dos trinta tiranos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404-403 a.C.), e da qual fazia parte dois dos seus tios Crístias e Cármides, distanciaram-no desta opção de vida, pelo menos do modo como a política era exercida.
Aos vinte anos, Platão conheceu Sócrates, mais velho do que ele quarenta anos, e desfrutou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Quando discípulo de Sócrates e ainda depois, Platão estudou também os maiores pré-socráticos, entre eles podemos destacar Parmênides e Heráclito que tiveram grande influência na sua vida. [2] Comentando sobre a influência deles no pensamento Platônico Sproul escreve:
Em princípio, por tradição familiar deveria seguir a vida política. Contudo, a experiência do governo dos trinta tiranos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404-403 a.C.), e da qual fazia parte dois dos seus tios Crístias e Cármides, distanciaram-no desta opção de vida, pelo menos do modo como a política era exercida.
Aos vinte anos, Platão conheceu Sócrates, mais velho do que ele quarenta anos, e desfrutou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Quando discípulo de Sócrates e ainda depois, Platão estudou também os maiores pré-socráticos, entre eles podemos destacar Parmênides e Heráclito que tiveram grande influência na sua vida. [2] Comentando sobre a influência deles no pensamento Platônico Sproul escreve:
“[...] Platão tinha o propósito de resolver a tensão entre Parmênides e Heráclito, a tensão entre o movimento e permanência, entre ser e vim a ser. Usando os temos hegelianos posteriosres da dialetica, podemos dizer que o pensamento Heráclito (vir a ser, movimento) era uma tese, e o pensamento de Parmênides (ser, permanência) era sua antítese; Platão procurou uma sintese que explicasse tanto mudança como permanência, que incorporasse ser e vir a ser, como pólos de uma dialética que parece ser exigida por uma visão abrangente da realidade”. [3]
Depois da morte do mestre, em 399 a.C, Platão profundamente descrente nos rumos políticos da democracia ateniense Platão, e, retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides, em Mégara. Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Visitou o Egito, de que admirou a veneranda Antigüidade e estabilidade política.
De volta a Atenas, no ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Adquiriu, perto de Colona, povoado da Ática, uma herdade, onde levantou um templo às Musas, que se tornou propriedade coletiva da escola e foi por ela conservada durante quase um milênio, até o tempo do imperador Justiniano (529 d.C.).
Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas vezes, em 366 e em 361, à Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e realizar a sua filosofia política, porém não obteve muito êxito.
A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. Platão escreveu também no período dos sofistas, professores de eloqüência que se dispunham a ensinar os que tivessem condições de pagá-los a arte da retórica. (Como se vê em Trasímaco em a Republica. “[...] Também deverás pagar com dinheiro”). [4]
No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. A atividade literária do filósofo grego compreende mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates até a sua morte [5] aos oitenta anos de idade.
4. TESES:
TESE PRINCIPAL
“Não obstante, premido pela verdade, declarei que não se deveria esperar conhecer cidade, nem homem algum perfeito, a não ser estes poucos filósofos; acusados não de perversos, porem de inúteis, fossem obrigados por uma feliz necessidade a si carregarem do governo do Estado, ou que, por uma inspiração divina, o soberano e os filhos fossem tomados de um sincero amor pela verdadeira filosofia”. (p. 209)
4. TESES.
4.1. Tese:
“Se alguém declara que a Justiça significa restituir a cada um o que lhe é devido, e se por isso entende que o homem justo deve prejudicar os inimigos e ajudar os amigos, não é sábio quem expõe tais idéias. Pois a verdade é bem outra: que não é licito fazer mal a ninguém e em nenhuma ocasião” ( P. 16 e 17)
4.2. Tese:
“Os homens justos são os mais sábios, melhores e mais poderosos do que os homens injustos, e que estes são incapazes de agir harmonicamente”. (p. 37)
4.3. Tese:
“[...] precisamos por começa a vigiar os criadores de fabulas, separar as suas composições boas das más. Em seguida, convenceremos as amas e as mães a contarem aos filhos as que tivermos escolhido e a modelarem-lhes a alma com as suas fabulas muito mais do que o corpo com as suas mãos”. (p. 65)
4.4. Tese.
“[...] a educação musical é a parte principal da educação, porque o ritmo e a harmonia têm grande poder penetrar na alma e tocá-la fortemente, levando com ela a graça e cortejando-a [...] depois da música, é pela ginástica que é preciso educar os jovens”. (p. 95,97)
4.5. Tese.
“A nós, pois, cumpre procurar os guardas mais fiéis à máxima que prescreve que trabalhemos no que consideramos o maior bem da cidade”. (p. 109)
4.6. Tese:
“Temos assim três virtudes descobertas na nossa cidade: sabedoria, Coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também participa da virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça”. (p. 131).
4.7. Tese
“De acordo com os nossos princípios, é necessário tornar as relações muito freqüentes entre os homens e as mulheres de elites, e, ao contrario bastantes raras entre os indivíduos inferiores de um outro sexo; além do mais, é necessário educar os filhos dos primeiros, e não os dos segundos se quiserem que o rebanho atinja a mais elevada perfeição; [...]”. (p. 162).
4.8. Tese
“Não obstante, premido pela verdade, declarei que não se deveria esperar conhecer cidade, nem homem algum perfeito, a não ser estes poucos filósofos, acusados não de perversos, porem de inúteis, fossem obrigados por uma feliz necessidade a si carregarem do governo do Estado, ou que, por uma inspiração divina, o soberano e os filhos fossem tomados de um sincero amor pela verdadeira filosofia”. (p. 209)
4.9. Tese
“A decisão está tomada e afirmo que os melhores magistrados do Estado devem ser os filósofos”. (p.213).
4.10. Tese
“Assim, o governo dessa cidade, que é a vossa e a nossa, será uma realidade, e não apenas um sonho, como das cidades atuais, onde os chefes se batem por sombras e disputam a autoridade, que consideram um grande bem”. (p.231)
4.11. Tese
“Passarão a maior parte do tempo estudando filosofia, quando chegar à vez deles, suportaram trabalhar nas tarefas de administração e governo, por amor a cidade, pois que verão nisso não ocupação nobre, mas um dever indispensável [...] Depois faremos com que desçam de novo a caverna e os obrigaremos a exercer os cargos militares e todas as tarefas adequadas aos jovens, para ver se, tentados de todos os lados se mantenham firmes em seu propósito ou se deixam abalar”. (p. 255)
Depois da morte do mestre, em 399 a.C, Platão profundamente descrente nos rumos políticos da democracia ateniense Platão, e, retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides, em Mégara. Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Visitou o Egito, de que admirou a veneranda Antigüidade e estabilidade política.
De volta a Atenas, no ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Adquiriu, perto de Colona, povoado da Ática, uma herdade, onde levantou um templo às Musas, que se tornou propriedade coletiva da escola e foi por ela conservada durante quase um milênio, até o tempo do imperador Justiniano (529 d.C.).
Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas vezes, em 366 e em 361, à Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e realizar a sua filosofia política, porém não obteve muito êxito.
A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. Platão escreveu também no período dos sofistas, professores de eloqüência que se dispunham a ensinar os que tivessem condições de pagá-los a arte da retórica. (Como se vê em Trasímaco em a Republica. “[...] Também deverás pagar com dinheiro”). [4]
No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. A atividade literária do filósofo grego compreende mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates até a sua morte [5] aos oitenta anos de idade.
4. TESES:
TESE PRINCIPAL
“Não obstante, premido pela verdade, declarei que não se deveria esperar conhecer cidade, nem homem algum perfeito, a não ser estes poucos filósofos; acusados não de perversos, porem de inúteis, fossem obrigados por uma feliz necessidade a si carregarem do governo do Estado, ou que, por uma inspiração divina, o soberano e os filhos fossem tomados de um sincero amor pela verdadeira filosofia”. (p. 209)
4. TESES.
4.1. Tese:
“Se alguém declara que a Justiça significa restituir a cada um o que lhe é devido, e se por isso entende que o homem justo deve prejudicar os inimigos e ajudar os amigos, não é sábio quem expõe tais idéias. Pois a verdade é bem outra: que não é licito fazer mal a ninguém e em nenhuma ocasião” ( P. 16 e 17)
4.2. Tese:
“Os homens justos são os mais sábios, melhores e mais poderosos do que os homens injustos, e que estes são incapazes de agir harmonicamente”. (p. 37)
4.3. Tese:
“[...] precisamos por começa a vigiar os criadores de fabulas, separar as suas composições boas das más. Em seguida, convenceremos as amas e as mães a contarem aos filhos as que tivermos escolhido e a modelarem-lhes a alma com as suas fabulas muito mais do que o corpo com as suas mãos”. (p. 65)
4.4. Tese.
“[...] a educação musical é a parte principal da educação, porque o ritmo e a harmonia têm grande poder penetrar na alma e tocá-la fortemente, levando com ela a graça e cortejando-a [...] depois da música, é pela ginástica que é preciso educar os jovens”. (p. 95,97)
4.5. Tese.
“A nós, pois, cumpre procurar os guardas mais fiéis à máxima que prescreve que trabalhemos no que consideramos o maior bem da cidade”. (p. 109)
4.6. Tese:
“Temos assim três virtudes descobertas na nossa cidade: sabedoria, Coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também participa da virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça”. (p. 131).
4.7. Tese
“De acordo com os nossos princípios, é necessário tornar as relações muito freqüentes entre os homens e as mulheres de elites, e, ao contrario bastantes raras entre os indivíduos inferiores de um outro sexo; além do mais, é necessário educar os filhos dos primeiros, e não os dos segundos se quiserem que o rebanho atinja a mais elevada perfeição; [...]”. (p. 162).
4.8. Tese
“Não obstante, premido pela verdade, declarei que não se deveria esperar conhecer cidade, nem homem algum perfeito, a não ser estes poucos filósofos, acusados não de perversos, porem de inúteis, fossem obrigados por uma feliz necessidade a si carregarem do governo do Estado, ou que, por uma inspiração divina, o soberano e os filhos fossem tomados de um sincero amor pela verdadeira filosofia”. (p. 209)
4.9. Tese
“A decisão está tomada e afirmo que os melhores magistrados do Estado devem ser os filósofos”. (p.213).
4.10. Tese
“Assim, o governo dessa cidade, que é a vossa e a nossa, será uma realidade, e não apenas um sonho, como das cidades atuais, onde os chefes se batem por sombras e disputam a autoridade, que consideram um grande bem”. (p.231)
4.11. Tese
“Passarão a maior parte do tempo estudando filosofia, quando chegar à vez deles, suportaram trabalhar nas tarefas de administração e governo, por amor a cidade, pois que verão nisso não ocupação nobre, mas um dever indispensável [...] Depois faremos com que desçam de novo a caverna e os obrigaremos a exercer os cargos militares e todas as tarefas adequadas aos jovens, para ver se, tentados de todos os lados se mantenham firmes em seu propósito ou se deixam abalar”. (p. 255)
4.12. Tese
“Os governos a que me refiro são conhecidos. O primeiro é muito elogiado [...] o segundo, que só se louva em segundo lugar, chama-se oligarquia. Trata-se de um governo de repleto de vícios vários. O oposto a este vem, em seguida, a democracia. Por fim, vem a soberba tirania, contraria a todos os outros e que é a quarta e a última doença do estado”. (p.258)
4.13. Tese
“Com efeito, é um grande combate, amigo Glauco, sim, maior do que se pensa, aquele em que se trata de nos tornarmos bons ou maus; por isso, nem a glória, nem as riquezas, nem a dignidade, nem mesmo a poesia, merecem que nos deixemos resvalar para o desprezo da justiça e das outras virtudes”. (p. 338).
4.14. Tese
“Se acreditas em mim, crendo que a alma é imortal e capaz de suportar todos os males, assim como todos os bens, nos manteremos sempre na estrada ascendente e, de qualquer maneira praticaremos a justiça e a sabedoria”. (p.352)
5. IMPLICAÇÕES DAS TESES:
5.1. Aqui se encontra um dos principais temas da Republica: a definição do que é justiça. Nos primeiros diálogos Sócrates busca não apenas definir o que é justiça, mas também corrigir o que não é. Trança assim um grande dialogo com Céfalo que a definia como: dizer a verdade e restituir o que se tomou; depois com Polemarco que diz por justiça dar a cada um o que lhe é devido; logo depois com o sofista Trasímaco, que como sofista apela apenas para a idéia sem muita ética e constância, que a definia como sendo o interesse do mais forte.
Esta definição de Justiça muito importante no pensamento do autor, pois, ela irá nortear toda a estrutura do estado perfeito por isso se fará presente em quase toda obra.
Essa tese implica a justiça é muito mais que retribuir algo a outra pessoa, pois se assim fosse retribuiríamos mal aos que nos fizessem mal. Porém ao contrario justiça é não fazer mal algum.
5.2. Aqui Platão trabalha a idéia da felicidade dos justos e procura mostra que os justos sobressaem sobre os injustos. E que definição injusta de Trasímaco não pode estar presente na Polis perfeita. Assim, Sócrates alarga o campo da discussão, não relaciona a justiça com o cidadão, mas a coloca no contexto da cidade. Pois, A cidade nasce das necessidades e da divisão do trabalho. Ela protege e cuida dos cidadãos. E se os governantes tratarem os cidadãos com injustiça nunca teremos a Estado ideal.
5.3.Aqui se dá início a um dos temas relevantes da República: a educação. Essa por sua vez de estar livre de fabulas que já estavam presentes nas cidades. Na polis idéia estas fabulas não deveria se contadas aos jovens, pois, elas os levam a injustiça e a uma idéia errada dos deuses. Ele diz: “não se deve dizer diante de um jovem que, cometendo os piores crimes e castigando um pai injusto da forma mais cruel, não faz nada de extraordinário e age como os primeiros e maiores deuses”. (p. 66). (Aqui ele faz uma crítica aos poetas passados inclusive Homero).
Portanto, as fabulas más que levam às idéias erradas sobre a vida, devem sofrer uma censura constante, inclusive a Ilíada (Aqui ele faz uma crítica aos poetas passados inclusive Homero), onde se atribui aos deuses tanto o bem quanto o mal. Este tipo de poesia deverá ser banida da educação dos futuros jovens da cidade ideal. Ao contrario dever-se-ia contar fabulas que representasse Deus sempre como o é.
Sendo assim na cidade ideal deve separar as fabulas boas das más, deve de igual maneira controlar as que forem escritas pelos novos poetas. E conseguintemente deve convencer as amas e mães, a contarem as fabulas escolhidas e selecionadas pelos governantes ideais, no caso os filósofos.
5.4. Sócrates fala primeiro do aprimoramento da educação dos soldados que se dará através da ginástica para o corpo e da música para a alma. Iniciando pela música, que de igual modo deve ser selecionada pelos governantes, pois, o ritmo e a harmonia têm grande poder penetrar na alma e tocá-la fortemente, levando com ela a graça e cortejando-a e o tornará mais nobre. E depois da música a ginástica que tornara o guardião um homem de grande vigor físico e desenvolver seus dons naturais, todavia deve receber uma educação na qual a ginástica desenvolva a força moral, mais que a força física. [6]
5.5 Aqui Platão traz uma das principais idéias de sua obra. Para ele o fim principal do governo é o trabalho para o crescimento coletivo e nunca o individual. Deveria ser pela Polis que os guardiões deveriam trabalhar. A justiça estar em favorecer a todos e não apenas a si mesmo. Se todos trabalharem em pro da Polis não haverá egoísmo, e, logo teremos o estado perfeito dirigido pela Justiça.
5.6. Aqui Sócrates voltar a um dos temas centrais dos diálogos: a justiça. Para vir à tona o lugar da justiça, enumeram-se as virtudes que uma cidade perfeita deve possuir; estas formam uma em uma harmonia perfeita. Em primeiro está à sabedoria, virtudes dos que governam; segue-se a coragem que é a virtude dos guerreiros: Vem em seguida a moderação. É a virtude de toda a cidade, e não de uma classe específica; consiste na ordenação, no domínio diante dos excessos, é a harmonia perfeita entre os naturalmente piores e os naturalmente melhores, sobre a questão de saber quem deve comandar, quer na cidade, quer num indivíduo. Por último, surge a mais importante das virtudes e causa das demais: a justiça. Para Socráticas a justiça é a rainha das demais virtudes.
5.7. Para Sócrates uma das maneiras de se ter a Polis perfeita seria a elitização dos principais governantes. Preocupado com a purificação da raça e com o adestramento, propõe para tal fim, que haja uma dicotomia das raças, para que se alcance o ideal de cada classe, pois, governado por filósofos e guardiões que jamais deverão se distrair de suas principais ocupações.
5.8. Aqui se encontra o “x” da questão. Para Platão não existiu e jamais existira um governo perfeito dicotomizado da filosofia. Pois, para ele o ideal humano se realizava na figura do cidadão filósofo. Aqui ele idealiza uma cidade, na qual dirigentes e guardiões representam a encarnação da pura racionalidade. Neles encontra discípulos dóceis e obedientes, capazes de compreender todas as renúncias que a razão lhes impõe, mesmo quando duras.
Não é por acaso que está idéia se encontra no contexto do mito da caverna. Onde ele procura demonstrar que somente os que têm uma visão da verdadeira realidade são capazes de governar os que estão na escuridão. Ou seja, somente os que têm acesso ao mundo das idéias (no caso os filósofos) são capazes de governar os do mundo real.
5.9. Após preparar o caminho, Sócrates chega a maturidade de seu pensamento, de que somente o filosofo é perfeitamente capaz de governar a Polis. Porém era necessário definir quem é que é filósofo e quem não o é. Filósofos, responde Sócrates, são aqueles que são capazes de atingir aquilo que se mantém sempre do mesmo modo, os que não o são se perdem no que é múltiplo e variável (crítica aos sofistas). A alma filosófica ao é capaz de contemplar a totalidade do tempo e do ser. Para ele o filosofo é aquele que se apaixonará pelo saber que possa revelar-lhe algo daquela essência que existe sempre, e que não se desvirtua por ação da geração e da corrupção. Ou seja, é o único capaz de governar a Polis.
5.10. Aqui estar presente a idéia clássica de Platão, mais conhecida como “o mito da caverna”. Para ele o governante ideal é aquele que governa não através de sombras, mas sim em contato com a realidade. Somente aqueles que conhecem o mundo das idéias são capazes de conduzir a outros a conhecê-lo. Para ele Todas as quatro virtudes (sabedoria, coragem, moderação e justiça) sobre as quais deve ser construído o Estado Ideal, só são conhecidas, úteis e valiosas a partir da idéia de Bem. Todavia para que o guardião, futuro filósofo-rei, atinja o Bem, é preciso “sair da caverna e contemplar o Sol”. Sem conhecer a realidade (mundo das idéias) é impossível compreender de fato a realidade. Não existe e é impossível estado perfeito na caverna, pois as sombras nunca trarão a idéia exata da realidade.
5.11. Os governantes deveriam dedica-se ao estudo da doutrina e do mundo das Idéias. O mundo das Idéias seria um mundo transcendente, de existência autônoma, que está por trás do mundo real e visível. Somente conhecendo-o estaria o governante apto para a vida na realidade. Depois de estudar a filosofia, aqueles que forem considerados aptos irão testar seus conhecimentos no mundo real, onde experimentarão os dissabores da vida, ganhando comida conforma o trabalho, experimentando a crua realidade. Sócrates diz: “Depois faremos com que desçam de novo a caverna e os obrigaremos a exercer os cargos militares e todas as tarefas adequadas aos jovens, para ver se, tentados de todos os lados se mantenham firmes em seu propósito ou se deixam abalar” (p. 255)
5.12. Sócrates mostra os tipos de governo e suas falhas, descrevendo as transformações que as formas de governo podem sofrer. A forma ideal de governo é a aristocracia, comandada por aqueles que amam o saber, o bem e o justo. Mas, se tudo o que nasce está sujeito à corrupção. Para ele o amor à justiça é substituído pelo amor ao poder e à riqueza; assim, ocorrerá a Timocracia, uma forma de governo entre a aristocracia e a oligarquia; a democracia surge quando após a vitória dos pobres, estes matam uns, expulsam outros, e partilham igualmente, logo, democracia conduz à anarquia. Assim todos os sistemas atuais são falhos e imperfeitos.
5.13. Para Sócrates, já que a alma é imortal, as maiores virtudes são as que engrandecem a alma. Por essa razão aquilo que fazemos aqui contará para a vida depois desta vida. Isso implica que os cidadãos que não buscarem uma vida de justiça e verdade aqui neste mundo sofrerão as conseqüências. A responsabilidade é de quem escolhe, pois deus é isento de culpa.
5.14. Platão aqui mostra seu lado contrário aos demais pensadores da época que não acreditava na imortalidade da alma. Isso implicava que se há vida após a morte enquanto em vida devemos seguir e praticar as virtudes. Há aqui uma e tentativa de equacionar o destino com a responsabilidade.
6.1. Concordo com Platão quando diz que “a verdade é bem outra: que não é licito fazer mal a ninguém e em nenhuma ocasião” (p. 16 e 17) De fato a justiça esta presente no fazer o bem a todos, tanto os amigos como os inimigos. Jesus, o Mestre dos mestres, nos ensina esta verdade quando diz: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos”. (Mt. 5. 44, 45). Por essa razão não podemos retribuir o mal ao próximo em nome da justiça. Pois a justiça que deve nos alimentar é outra. Lloyd-Jones comentando a sexta Bem – aventurança (“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos)”; diz que “se cada homem e mulher neste mundo soubessem o que é ter fome e sede de justiça então não haveria perigo de explodirem conflitos armados”. [7]
6.2. A idéia de Platão é coerente aqui quando afirma que os justos são mais felizes que os injustos. A Bíblia diz que “[...] o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre”. E continua dizendo: “Quanto aos transgressores [injustos], serão, à uma, destruídos; a descendência dos ímpios será exterminada”. (Salmo 37. 28, 29, 38). Sendo assim não há sobra de dúvidas que o que o justo é e será mais feliz que os injustos.
Todavia, discordo da idéia de quem é “o justo”. Pois, para Platão a idéia de ser justo, está intimamente ligada, ao conhecimento racional e filosófico, e totalmente divorciada da idéia de o que é ser justo aos olhos de Deus.
6.3. De fato a educação dada às crianças deve ser totalmente livre e divorciada da influência de todas as más fábulas, pois elas trazem uma visão distorcida da realidade e a crenças infundadas. De igual maneira a de se concordar que se deve mostrar Deus como de fato Ele o é, no entanto, ao invés de novas e boas fabulas escritas por novos poetas, deve-se fala sobre Deus por meio de sua auto-revelação que é a Bíblia.
6.4. A de se concordar com Platão que na educação, a ginástica é ótima para o corpo e a música excelente para a “alma”. De fato a ginástica faz muito bem para o corpo e fortalece o vigor físico, e acima de tudo ela controla os maus hábitos. Platão diz: “Aos guerreiros, proibido será a embriaguez”. (negrito meu). E evidente que os paises que investem em esporte têm uma qualidade de ensino melhor.
Já a música é uma das formas de arte que mais contribui para educação, pois é um grande instrumento para a memorização [9] de um ensino (como as cantilações usadas pelos judeus) e uma forma de contemplar o belo. Há inclusive alguns pedagogos que defendem a idéia de se ter músicas clássicas nos períodos de aula.
6.5. Aqui podemos concordar com Platão, pois de fato aqueles que governam e trabalham no estado devem faz para o crescimento coletivo e nunca o individual. Um dos grandes problemas das cidades atuais é que o individualismo tem tomado o lugar do comunitário e o egoísmo tem assegurado o lugar do altruísmo. Precisamos de fato de pessoas que trabalhem para o crescimento geral, ao invés de buscar a ambição particular.
6.6. Platão tem razão, quando diz que é necessário, que os que governam tenham virtudes singulares, e concretiza sua idéia com excelência, quando as seleciona. Pois, de fato é imprescindível, que os que têm cargos de liderança em um governo, estejam munidos de sabedoria, coragem, temperança, e acima de tudo a justiça, que sem duvida é a mestra e rainha das demais. Por isso a de se concordar que as de fato uma polis com governantes com essas virtudes seria uma cidade, não perfeita como ele defende, mas com certeza melhor de se viver.
6.7. Não há como concordar com esta tese de Platão, por mais interessante que a principio seja. Aqui ele passa do limite em sua idéia de cidadãos perfeitos. A descriminação de uma classe e a elitização de outra além de encontro com a justiça, bandeira que Platão defende, ela tira a oportunidade dos menos favorecidos chegarem a um nível de conhecimento maior e uma vida melhor; e por fim a idéia de elitizar uma classe pode levar um governo a conseqüências trágicas, tais como ocorridas na Alemanha com Adolfo Hitler.
6.8. Podemos concordar com Platão que o filosofo poderia ser uma grande governante, todavia discordo que o ideal humano se realizava na figura do cidadão filósofo. É impossível a qualquer ser humano chegar a um ideal de vida e entender o mundo a sua volta, sem o conhecimento da Lei de Deus. Uma visão da vida divorciada da verdadeira visão de quem é Deus e de que consiste sua vontade é no mínimo unilateral e totalmente limitada. A verdadeira felicidade de uma polis esta em conhecer a Deus e sua Palavra, é Ele por meio dela que faz da ao homem sabedoria, coragem, temperança, e justiça. “Feliz é a nação cuja Deus é o Senhor”
6.9. Discordo de Platão, quando afirma que “os melhores magistrados do Estado devem ser os filósofos”, pois, a sua idéia e a base, de quem é o filosofo, como já dito é dicotomizada da Revelação e do Ser de Deus, e apesar de conhecer o mundo irreal, não conhece o Sobrenatural. Por isso podem ser filósofos munidos de virtudes, mas não filósofos verdadeiros e assim ideais para governo. Aqui se aplica muito bem o que diz Agostinho: “[...] Se a sabedoria é Deus, por quem foram feitas todas as coisas, como demonstraram a autoridade divina e a verdade, o verdadeiro filósofo é aquele que ama a Deus”. [10] Sendo assim o filosofo é o mais indicado para ser um magistrado, porém só depois que o amo de Deus estiver brotado em seu coração.
6.10. Não há mal algum em concordar com Platão no que diz respeito ao fato dos magistrados terem uma visão ampla e que vá além da dos demais. Realmente há uma necessidade gritante que os governantes tenham um olhar além da realidade, é realmente necessário, que eles vejam não apenas o real mais acima de tudo o ideal; que sejam visionários e idealistas em seus projetos.
6.11. Aqui podemos concordar com duas coisas. Primeiramente com a idéia que o magistrado tem que ser e estar preparado para governar os demais súditos. Em segundo lugar que após isso se deve fazer visando o bem-estar comunitário e não individual. Deve ser um servo e não apenas senhor. Essa verdade se aplica não apenas aos magistrados seculares, mas também no magistrado Eclesiástico.
6.12. Aqui a de se concordar que de fato não há um sistema de governo perfeito. Todos têm seu calcanhar de Aquiles. A razão teológica para isso se encontra no fato de que vivemos em um mundo depravada e tão o somos depravados. Por essa razão por mais ideal que seja na teoria um sistema política, sua pratica será sempre imperfeito e falho, pois quem o executa são os homens, que são miseráveis pecadores.
6.13. De que a justiça é uma grande virtude a ser buscada e prática, se deve não apenas ratificar, como também acatar tão ensino. Quanto à imortalidade da alma, podemos não apenas concordar com Platão, como também vê-lo como um instrumento de Deus, para contribuir com a idéia de ressurreição, que viria átona em Cristo. Entretanto não podemos concordar que a o destino futuro estar ligado à responsabilidade presente; que a as virtudes (principalmente a justiça) praticadas neste mundo, são as chaves para o vindouro. A vida depois desta vida não depende de nós, nem das nossas boas obras, mas sim de Deus. Sobre isso Calvino diz: “O Fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. [e que] Desse fato depende nossa vocação, nossa fé, a concretização de nossa salvação”. [11] E ainda que nessa vocação “nada dever-se buscar, exceto a graciosa misericórdia de Deus”. [12]
6.14. Não podemos concordar com Platão aqui, pois: Primeiramente podemos buscar a uma eternidade de gozo nas virtudes. Calvino diz que “Se buscamos a salvação, a vida e a imortalidade do reino celeste, então há de se buscar também refúgio não em outro, quando somente ele [Jesus] é a fonte da vida, a âncora da salvação, o herdeiro do reino dos céus”. [13] Segundo não há vida intermediaria para outra vida depois desta vida. (Aqui cabem muito bem os princípios lógicos de identidade, não contradição e terceiro excluído, pois só vão os que realmente são, e não haverá meio termo). Por isso não há como continuar a buscar as virtudes, entre elas a justiça, depois desta vida.
NOTAS:
[1] Essa idéia fica mais visível e melhor entendida no mito da caverna, livro VII da República.
[2] Cf. Ladeia, Donizeti Rodrigues. Lógica. Anotações da aula. JMC. 2008. PowerPoint, Slide 5.
[3] SPROUL, R. C. Filosofia para Iniciantes. São Paulo: Vida Nova, 2002. p. 35
[4] PLATÃO. A República. Tradução: Enrico Corvisieri. São Paulo, SP: Editora Nova Cultural, 2004. p. 19.
[5] MADJAROF Rosana . Platão: Vida e obra. Disponivel em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htm>
Acessado em: 04 de Set. de 2008
[6] Aqui Platão mostra os dois lados da sua juventude: O amor pela poesia e pela ginástica.
[7] LLOYD JONES, Martyn, Estudos no Sermão do Monte, São Paulo: Editora Fiel, 1999. p. 66
[8] Um grande exemplo disso é o, Estados Unidos da América, onde há um grande incentivo ao esporte.
[9] Um grande exemplo disso são as cantilações usadas pelos judeus
[10] Agostinho, A Cidade de Deus, 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990, VIII.1.
[11] CALVINO, Gálatas, Gl 4.9, p. 128.
[12] CALVINO, As Institutas – edição Clássica, Vol III, p.428.
[13] CALVINO, As Institutas – edição Clássica, Vol III, p.432.
Sem. Jailson Jesus dos Santos
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