Obras de Teologia do AT e suas contribuições à disciplina
A breve história esboçada abaixo tem o propósito de demonstrar as fases do desenvolvimento da teologia bíblica do AT, destacando os quatros períodos que a fez mover-se para um plano novo e desafiador.
Relação de obras de Teologia do AT e suas contribuições à disciplina
A breve história esboçada abaixo tem o propósito de demonstrar as fases do desenvolvimento da teologia bíblica do AT, destacando os quatros períodos que a fez mover-se para um plano novo e desafiador.
Primórdios: de Gabler a Wellhausen (1787 – 18780)
Os primórdios da disciplina teologia bíblica são comumente associados a apresentação, por Johann P. Gabler, que em uma palestra intitulada “Discurso sobre a devida distinção entre a teologia bíblica e dogmática, e os objetivos específicos de cada uma”, em 30 de Março de 1787, na Alemanha. Nela ele mostrou que a primeira difere da segunda em origem e propósito. Antes disso, a teologia bíblica era uma ramificação da sistemática. Para ele a bíblica acha-se na própria Bíblia, enquanto a dogmática emana de teólogos com pressupostos filosóficos e eclesiásticos. Para Gabler a teologia bíblica expõe o que os autores originais criam, a sistemática um ponto de vista pré-estabelecido.
Na analise da teologia bíblica Gabler propôs analise em três etapas:
1º os interpretes deve reunir dados de cada um dos períodos históricos, geográficos, culturais e literários do AT e NT.
2º Comparar e ponderar as partes atribuídas a cada Testamento.
3º Com propósito de determinara as “noções universais”, deve-se anotar e analisar os pontos de concordâncias e discordâncias.
Por traz dessa abordagem de Gabler acha-se um conceito racionalista sobre a inspiração e a confiabilidade das Escrituras. A principal contribuição de Gabler foi a insistência no valor da teologia bíblica. Na seqüência o chamada a analise histórica da Bíblia.
Os pontos fracos por sua vez se evidência em sua insistência no racionalismo que elimina as considerações teológicas sobre boa parte das Escrituras; na separação negativa das teologias do AT e NT; e a criação da divisão entre estudo acadêmico
Teologia e ensino de doutrina pela igreja.
As idéias de Gabler aparecem na primeira obra dedicada a teologia do AT, publicada por Georg Lorenz Bauer em 1796. Na qual divorcia teologia do AT e do NT e de acordo com pensamento de Gabler defende que a teologia bíblica deve preceder e informar a sistemática. Ainda procurou aplicar uma metodologia histórica a sua pesquisa e descobrir os pontos universais existentes no AT. Bauer também era bastante racionalista e interpretou e escreveu sobre os milagres do AT como se fossem mitos.
Apesar tomarem caminhos questionáveis Gabler e Bauer foram grandes contribuintes para a teologia do AT. Pois, Criaram a disciplina do AT; Analisaram-na através de uma perspectiva histórica; Ensinaram que algumas verdades são universais; dividiram o material bíblico.
Com a obra Die biblische Theologie [a teologia bíblica] de 1813 G. P. C. Kaiser deu um empurrão ainda maior as idéias racionalistas. Para ele por causa da semelhança com outras religiões antigas, a religião do AT é uma no meio de muitas. Com isso Kaiser foi o primeiro a encerrar o estudo da teologia do AT como uma história da religião e não como da revelação divina.
Wilhelm Martin Lebrecht de Wette em Lehrbuch der christlichen Dogmatik [manual de dogmática cristã] tentou unir ortodoxia tradicional e racionalismo engajado. Para ele os mitos são meios poéticos que expressam sentimentos acerca de Deus, por isso os teólogos devem procurar entender as verdades universais e sentimentos por trás dos mitos e não apenas descartá-los. Assim Wette trata a teologia do AT de maneira totalmente filosófica e com uma metodologia histórica baseada em princípios racionalistas, e estabelece uma ponte entre passado e futuro imediato do estudo do AT.
Em biblische Theologie, wissenschaftlich dargestellt, die Religion des Alten Testaments [Teologia Bíblica, cientificamente demonstrada, a religião do Antigo Testamento] (1835), Wilhelm Vatke, fez com que a teologia do AT distancia-se do racionalismo puro. Baseados nos princípios filosóficos de Hegel (tese – antítese – síntese), acreditava que a teologia do AT era progressiva e mais complexa à medida que evoluía. Assim parte do Pentateuco não foi produzida na época de Moises, mas sim por uma nação cuja religião havia evoluído para uma etapa bem mais complexa. Logo a teologia do AT deve procura o contexto “correto”, cuja fora evoluído.
A resposta conservadora às tendências liberais iniciou em 1829 com a obra Christologie des Alten Testaments und commentar über die messiannichen weissagungen [cristologia do Antigo Testamento e comentário sobre as profecias messiânicas] 1835. Escrita por Ernst Willhelm Hengstenberg que abriu espaço para a teologia a união da teologia bíblica e sistemática. Mas o estudo de Hengstenberg não constituiu uma teologia do AT completa. Mais tarde publicou Histtory of the king dom of God the Old Testaments, onde Hengstenberg criticou as conclusões históricas dos liberais . Hengstenberg tem tido grande influência no avanço dos estudos conservadores do AT.
Weissagung und Erfüllung im Alten und im Neuen Testament [profecia e cumprimento no Antigo e no Novo Testamento] (841 1844) de J. Christian K. Von Hofmann, contribuiu para teologia do AT ao mostrar que a história do AT é a “história da Salvação”, pois registra os esforços divinos em redimir a raça humana, tendo seu ápice em Jesus.
Na seqüência, Gustav Oehler o qual com as obras Prolegomena zur Theologie dês Alten Testaments [Prolegômenos à teologia do Antigo Testamento] (1845) e Theologie des Alten Testaments [Teologia do Antigo Testamento] (1873 – 1874), defendia que a história e a teologia deveria permanecer ligadas. Ele contribui para um estudo do AT por meio do método gramático-histórico, que considerava o contexto original do AT; para uma visão cristocêntrica das Escrituras; entendimento da progressividade da revelação; o entendimento de que o AT é uma base doutrinaria.
Além das contribuições já especificamente colocadas poderíamos dizer que os teólogos conservadores contribuíram para a teologia do AT da seguinte maneira:
• Enfatizaram o compromisso com a inspiração das Escrituras.
• Conduziu o estudo do AT dentro de uma cosmovisão histórica dos leitores originais.
• Apresentaram sérias evidências históricas e literárias defensoras tanto da autoria Mosaica do Pentateuco como de outras importantes questões históricas do AT.
• A crença de que os milagres e ocorrências sobrenaturais sobre a terra.
• A tentativa de interligar História e teologia.
• A visão que a Bíblia é uma única História a da Salvação.
• Destacaram a relação existente entre AT e NT
O domínio do historicismo: 1878 - 1920
Prolegomena to the history of anciem Israel [Prolegômenos à história de Israel], de Julius Wellhausen, que teve maior influência no estudo do AT, depois que foi traduzida para o inglês, foi uma obra a qual mais redirecionou o curso de todos os estudos relacionados com as Escritura, em todas as áreas, até nos dias atuais exercem tão influência.
Wellhausen sintetizou as descobertas dos estudiosos que o precederam de forma legível e unificada, e a elas acrescentou suas idéias sobre o AT, e principalmente sobre a religião de Israel, autoria Mosaica do Pentateuco, a origem da fé ético-monoteísta de Israel, onde cria que a religião de Israel teve origem nos cultos da natureza e que o monoteísmo profético finalmente conduziu à Lei, e não o inverso.
Sendo assim, Wellhausen colocou fim na coerência da seqüência do texto do AT, e este desdobramento significou que a abordagem estritamente histórica do assunto dominava o panorama, o que levou os estudiosos, conservadores e liberais, a reconstrução da história da religião Israelita. Por essa razão, neste período vários livros que estudavam a história de Israel saíram com o titulo de “Teologia do AT”. Assim Wellhausen contribuiu com a teologia do AT estudando-a em uma perspectiva reconstrução histórica.
Alguns estudiosos tentaram, a despeito do domínio do historicismo, fizeram algumas reflexões teológicas baseadas na analise histórica. Willian Lindsay Alexander foi o primeiro a fazer, todavia não respondeu as questões levantadas por Wellhausen. Hermann Schults e August Dillmann tiveram o dialogo com a teoria dominante do historicismo. Em sua obra: Alttestamentliche Theologie [Teologia veterotestamentária] Schults, embora adote algumas idéias de Wellhausen, contribuiu para a teologia do AT ao manter contato com as tradições mais antigas, e enfatiza que o AT é revelação divina a se entendida “no espírito” da época dos primeiros leitores. Ainda, que há uma unidade entre AT e NT, os quais têm um único tema histórico e teológico: “o reino de Deus sobre a terra”. O que fez com que os teólogos do AT passassem a abordar novamente a Escrituras de forma unificada tanto no tema como no estudo.
Dillmann concordou com as conclusões de Schults, entretanto discordava da aceitação dele da teoria Wellhausen sobre a evolução da religião de Israel. Suas idéias iam contra a reconstrução da história de Israel proposta por Wellhausen. Todavia Dillmann não teve aceitação entre a maioria dos acadêmicos. Mais contribuiu para a teologia do AT por levantar e discutir a questão.
O ressurgimento da teologia do Antigo Testamento: 1920 – 1960.
Por volta de 1920 a atmosfera era mais favorável para a teologia do AT. A primeira guerra mostrou o abismo moral que o homem vive. Isso trouxe aos pastores a difícil tarefa de torna os textos antigos relevantes para as pessoas sofridas da época.
O mais famoso pastor a enfrentar estas questões foi o teólogo Karl Barth. Para ele a teologia devia ressaltar a revelação de Deus nas Escrituras e deixar de lado o historicismo. Em sua obra Church dogmatics [dogmática da igreja] e em seu comentário de Romanos, Barth aplicou os princípios a cima citados, o que contribuiu para que os teólogos fossem redirecionados para as Escrituras e para a igreja.
Neste período ainda duas outras coisas contribuíram para que o a teologia do AT passasse por uma renovação proeminente, a saber: A perca da fé no naturalismo evolucionário, e, a reação contra a idéia de que se pode atingir a verdade histórica por meio da ciência pura.
A primeira teologia do AT escrita neste período reflete a luta por modifica a idéia de história e equilibrá-la a teologia. Na obra Theologie des Alten Testaments: Kristisch und vergleichend dargestellt [Teologia do Antigo Testamento: apresentada critica e comparativamente], Eduard König procura mostrar como a analise histórica fornece elementos para a reflexão teológica. A contribuição da por König a teologia do AT deu-se ao resgatar a natureza reveladora das Escrituras e relembrar o valor da teologia do AT para a teologia dogmática, o que renovou a ênfase teológica na teologia do AT.
No artigo publicado em 1929, Walther Eichrodt discordou do rompimento definitivo entre história e teologia. Para ele a análise histórica não determina a aceitação das afirmações bíblicas. Em Theologie des Alten Testaments [Teologia do Antigo Testamento], obra que foi uma das mais importantes no século XX, Eichrodt defendeu a tese que há um conceito que unifica os vários aspectos da teologia do AT e este conceito é a aliança de Deus com Israel, que por sua vez seria auto revelada no NT em um novo pacto entre Deus e Cristo. Essas teses contribuíram para que a teologia do AT fosse projetada como mais que uma disciplina de fundamento histórico. Outra contribuição legada por Eichrodt foi o fato de que a semelhança de Wellhausen, ele sintetizou as descobertas dos estudiosos que o precederam.
Outros estudiosos deram prosseguimento ao pensamento de Eichrodt. Em Old Tetament theology [teologia do Antigo Testamneto], Ludwing Köhler também escolhe um único tema: “Deus é o Senhor que dirige”. Para ele essa é uma declaração fundamental para a teologia do AT. Pois, tudo deriva, depende e pode ser entendido a partir disso.
A segunda guerra interrompeu o desenvolvimento da teologia do AT. Porém quando ela caminhava para o fim houve um retorno a mesma, que se deu com The relevance of the bible [a relevância da Bíblia] de H. H. Rowley; The distinctive ideas of the Old Testament [As idéias características do Antigo Testamento], de Norman Henry Snaith e por fim The challenge of Israel’s faith [o desafio da fé de Israel]. Estes autores defendiam que o AT era relevante para os fieis contemporâneos e não mais uma religião antiga sem elementos da revelação, o que contribuiu muito para teologia bíblica do AT.
Theodorus Christiaan Vriezen em outline of Old Testament theology [ Esboço da Teologia do Antigo Testamento] deu continuidade ao pensamento de Eichrodt e Köhler. Seu tema singular era “a comunhão de Deus com a raça humana”. Sua contribuição para a teologia do AT foi a de resgatar a idéia de que é necessário entender as Escrituras hebraicas (AT) para entender o NT.
Respondendo a estes temas surgi em 1949 duas obras relevantes do AT para a igreja. The theology of the Old Testament [a teologia do Antigo Testamento], de Otto Justice Baab, a qual foi uma das obras mais completa teologia do AT. Sua grande contribuição foi relacionar a consciência religiosa de Israel ao mundo contemporâneo.
Otto Procksch em Theologie des Alten Testaments [Teologia do Antigo Testamento] defendia a tese que a teologia é na verdade a teologia da história, pois a história é o veículo para a teologia.
Em 1950 o movimento de teologia bíblica e a redação de obras completas de teologia do AT se cruzaram em certos pontos chaves. Em The Old Testament agaisnt its environment [o Antigo Testamento contra seu ambiente] Wright procurou focalizar o caráter único da religião de Israel. Em God who acts: biblical theology as recital [ o Deus que age teologia bíblica narrativa], ele propôs um tema único “ o Deus que age” como o tema da teologia do AT.
Em Theology of the old Testament [Teologia do Antigo Testamento] 1955. Edmond Jacob trouxe uma grande contribuição ao analisar o valor permanente do AT para o cristianismo, os temas centrais (o AT e a igreja) e defender a tese que os detalhes históricos surgem como principais elementos da reflexão teológica.
Old Testament theology [Teologia do Antigo Testamento] 1957, 1960, de Garhard Von Rad, esforça-se por direcionar a teologia do AT cria firmemente que o AT narra repetidas vezes os atos salvadores de Deus na história. Defende a idéia que os intérpretes devem considerar as confissões de Israel a respeito de Deus pregações, não especificamente história. Ressalta a unidade textual e a ligação do AT com o NT. A verdadeira força de sua obra é a ênfase na mensagem veterotestamentária de que Deus agiu graciosamente a favor de Israel. Sua contribuição está presente ao defender a validade do AT para a igreja em cada geração, e na riqueza de suas afirmações sobre o valor da pregação de Israel e suas tradições perenes.
Em suma no período de 1920 a 1960. Os teólogos insistiram em que a teologia do AT tivesse bases históricas condições de informar as teologias bíblica e sistemática. Alguns possíveis formatos para a apresentação de teologia do AT também surgiram e foram úteis para os próximos debates.
O crescimento da diversidade: 1960-1993
Algumas teologias do AT foram escritas, monografias continuaram a aparecer, e artigos foram publicados, mas isso tudo aconteceu em pequena quantidade. De modo geral a teologia do AT parecia um tanto quanto exausta, com metodologias gastas, com seus defensores envelhecendo. Tal mudança de propósito conduziu a uma diversidade de opiniões e metodologias nunca antes vista na teologia do AT.
Edward J. Young publicou The study of The Old Testament theology today [O estudo da Teologia do Antigo Testamento hoje]. J. Barton Payne The theology of the Older Testament [A Teologia do Antigo Testamento]. Suas contribuições se deram ao defender que os teólogos conservadores devem ressaltar a unidade da Palavra de Deus e da revelação divina, e em fazer as conexões redentivas entre os Testamentos.
Em The faith of The Old Testament: a history [A fé do Antigo Testamento: uma história]. Werner H. Schmidt demonstra o problema percebido constantemente por estúdios críticos ao tentar juntar a historia e a fé.
The Old Testament any theology [O Antigo Testamento e a teologia]. George Ernest Wright procurou tirar conclusões sobre teologia bíblica sem oferecer o estudo completo da teologia do AT, o que trouxe poça contribuição a mesma.
Em Biblical Teology in crisis [Teologia Bíblica em crise], Brevard S. Childs. Caminhar rumos a novas direções. Suas maiores contribuições foi estudar: a unificação das Escrituras, com uma nova Abordagem, ao propor tornar cânon, a ordem hebraica dos livros, o contexto para a teologia do AT e defender que o cânon deve tornar-se o centro da atenção da teologia do AT.
Introduction to the Old Testament [Introdução ao Antigo Testamento] R. K. Harrison traz crítica detalhadamente as suposições e conclusões da erudição crítica. A maior contribuição de Harrison foi oferecer a oportunidade de uma base histórica sólida para escrever a teologia do AT e destacar o valor de seguir a ordem hebraica dos livros ao descrever a mensagem do AT.
Old Testament theology in outline [Teologia do Antigo Testamento em esboços] de Walther Zimmerli, e Theologische Grundstrukturen des Alten Testaments [Estruturas básicas teológicas do Antigo Testamento], de Georg Fohrer, 1972. Trouxe uma grande contribuição ao defender que: a unicidade de Yahweh, a natureza normativa da teologia do AT e em oferecer longas aplicações para o mundo hoje. Assim Fohrer restaurou a importância do AT para a igreja.
John Mckenzie em A theology ok the Old Testament [A Teologia do Antigo Testamento]. Valoriza as raízes existenciais do AT. Porém, esse retorno à opinião que se tinha do AT entre 1878 e 1920 não traz benefícios à teologia bíblica.
Toward an Old Testament theology [Teologia do Antigo Testamento], de Walter Kaiser, e the elusive presence [A presença indefinível], de Samuel Terrien, empregaram metodologias antigas para apresentar idéias criativas. Outras duas também contribuíram para o desenvolvimento da teologia bíblica, Old Testament theology: a fresh approach [Teologia do Antigo Testamento: uma abordagem recente], de Ronald Clements, e Theogie des Alten Testaments Grundzügen [Teologia elementar do Antigo Testamento], de Claus Wertermann, que abriram novos caminhos tanto em metodologia quanto em comentários.
A obra de Walter C. Kaiser Jr. É totalmente conservadora em suas opiniões sobre revelação, história e unidade das Escrituras. Utilizou a abordagem do tema único. Também merece ser elogiado por seu desejo de criar possíveis maneiras de unir o AT e o NT.
A obra de Claus Westermann, Theologie [Teologia], defende a tese que, “a teologia do Antigo Testamento tem a tarefa de sintetizar e ter uma visão de conjuntos do que o Antigo Testamento em sua totalidade e em cada parte diz sobre Deus”. Ele não acredita que nenhum tema único consiga atingir esse objetivo. Embora suas observações teológicas não sejam tão diferentes das de seus antecessores, ainda assim ele contribuiu a teologia do AT a tentar soltar-se da camisa de força então existente.
A década de 1980 não produziu muitas teologias como à década anterior, mas os estudiosos aplicaram de modo bem decisivo os princípios propostos na década anterior. Childs, liderado a procura de novas direções para a teologia do AT. Sua primeira obra, Introduction to the Old Testamento as Scripture [uma introdução ao AT como Escritura], (1980). Childs contribuiu por escrever uma teologia bíblica que levasse a sério os panos de fundo históricos do AT e do NT, testemunhos teológicos independentes e a unidade canônica.
Ainda, o livro de Childs oferece possibilidades para a teologia do AT. Propõe um ponto de partida fixo para a reflexão: a forma final do cânon hebraico. Propõe uma ordem de estudo para a teologia. Tenta estabelecer autoridade no cânon todo, não apenas em idéias universais selecionadas ou em porções selecionadas do AT.
Em God´s design: a focus on Old Testament theology [O desígnio divino: focalizando a teologia do Antigo Testamento]. Elmer A. Martens traz grandes contribuições, pois nela ele escreve de modo claro e segue seu esquema de maneira compreensível. Ainda defende que a vinculação que ele estabelece entre historia, texto e revelação vai além do bastante debatido impasse sobre a autoridade. Além disso, sua escolha de quatro temas oferece um “pedaço” maior de teologia do AT do que o oferecido por Kaiser ou Payne.
Em Zur biblischen Theologie [De volta à teologia bíblica] em 1983. Hrtmut Gese, aluno de Von Rad, contribuiu ao defender: a ênfase renovada nas tradições nas Escrituras e a unidade bíblica insistência no escopo da teologia do AT. Seus escritos demonstraram uma vez mais a diversidade surgida na teologia do AT e na teologia bíblica em meados dos anos oitentas.
Brevard S. Childs prosseguiu em sua determinação de escrever uma teologia bíblica ao publicar duas obras significativas no meio da década. A primeira, The New Testament as Canon: na introduction [O Novo Testamento como cânon: uma introdução] (1984). A segunda, Old Testament theology in a canonical context [Teologia do Antigo Testamento no context canônico] (1985). Para ele a teologia do AT é a forma final do próprio cânon. O cânon é “o âmbito da literatura autoritativa”. Teologia do AT é uma disciplina essencialmente cristã. Por trás desses princípios básicos acha-se o desejo de Chids “de liberar o AT para um papel teológico mais vigoroso dentro da vida da igreja cristã”. Assim uma das maiores contribuições foi resgata a importância do AT.
As principais contribuições de Brevard S. Childs foram defender que: o cânon final é o objeto autoritativo, historicamente produzido e normativo da reflexão teológica. Todas as questões pré-textuais, por mais valiosas que sejam para o entendimento do texto, são servas do texto. Teologia do AT como prelúdio de uma teologia bíblica também estão à altura das melhores tradições dentro da disciplina. Ele ainda examinar e explicar a teologia do AT mediante a interpretação de cada livro e seção na seqüencia devida, por fim enfatizar que abordagem canônica oferece à história um lugar viável dentro do processo teológico sem permitir torna-se seu objetivo maior.
Paul D. Hanson propôs a primeira das novas metodologias em The People called: the growth of community in the Bible [O povo chamado: o crescimento da comunidade na Bíblia]. Essa obra percorre um caminho intermediário entre uma teologia do AT e uma monografia dedicada a um único tópico. A tese de Hanson é que o acompanhamento do nascimento, crescimento e mudanças dentro da comunidade da fé no AT revela o melhor da Fe de Israel.
God with us: a theological introduction to the Old Testament [ Deus conosco: uma introdução teológica ao Antigo Testamento], obra póstuma de Christoph Barth, procurou sua metodologia em idéias antigas. Sua maior contribuição foi mostra que metodologias mais antigas continuam a ser válidas e úteis nas mãos de autores habilidosos.
Como Hanson, Walter Bruggemann procurou dar forma à teologia do AT usando um molde diferente. Old Testament theology: essays on structure, treme and text [Teologia do Antigo Testamento; ensaios sobre estrutura, tema e texto] (1992). Para ele era necessária uma nova abordagem dialética dos materiais de teologia do AT. Muitas das suas idéias têm origem nas teorias sociológicas e ciências políticas. Assim Bruggemann pensava que grande parte da teologia do AT existe para manter a sociedade sob controle. Sua maior preocupação era trazer uma resposta bíblica as questões contemporâneas entre elas e principalmente a dor do ser humano.
Ainda em 1992 Childs publicou Biblical theology of the Old and New Testament: theological reflection on the Christian Bible [Teologia bíblica do Antigo e do Novo Testamento: reflexão teológica sobre a Bíblia cristã]. Este livro foi o apogeu por duas décadas, nele Childs reflete e escreve sobre o AT e NT. E de inicio faz um apanhado geral da história da teologia bíblica, assinala questões hermenêuticas e por fim analisa uma metodologia canônica para o estudo da teologia do AT. Duas teses são o leme do seu estudo. Primeiro defende que estruturar a teologia canonicamente reflete o fato de que o AT ter sido escrito no contexto histórico de Israel. Segundo, embora diferente em outros aspectos, o NT desempenha um papel semelhante na vida da igreja. Sua maior contribuição para a teologia do AT foi sua persistência e coerência com que levou adiante a abordagem canônica.
Em The problem of the process in the transmission of the Pentateuch [ O problema do processo de transmissão do Pentateuco], Rendtorff criticou a teoria wellhaausiana JEDP acerca da autoria do Pentateuco e decorrente a construção da história. Rendtorff não acreditava que a critica das fontes faça perguntas ilegítimas, nem se volta para a autoria mosaica, para ele deve-se buscar novas abordagens que se concentrarão em unidades literárias maiores e em sua teologia. Rendtorff trata da análise canônica no livro Canon e theology: overtures to na Old Testament theology [Canon e teologia: introdução a teologia do Antigo Testamento]. Nela Rendtorff propõe uma teologia do AT que se parece bastante com pensamento de Childs.
As contribuições de Rendtorff para a teologia do AT, deram-se ao promover a causa da análise canônica, ainda seu trabalho exegético oferece chaves que revelam a unidade de livros inteiros. Assim junto com os esforços de Childs, os escritos de Rendtorff tornaram a análise canônica uma força que será útil para o futuro da teologia do AT.
Uma das ultimas obras escrita neste período foi a Old Testament Theology [Teologia do Antigo Testamento], foi um livro escrito basicamente dentro de linhas sistemáticas. Sua contribuição a disciplina do AT se dar pela excelente introdução à disciplina e metodologia da teologia do AT. Ainda pela descrição, analise e promoção das grandes doutrinas do AT.
Conclusão
Após analisar a história da Teologia do AT e diante das quentões acima colocadas os autor conclui que, analisando a História podemos perceber que o racionalismo cedeu ao historicismo, que por sua vez deu lugar à situação diversificada de hoje em dia. E que ao longo dos anos certos princípios foram obtidos. Praticamente todo teólogo do AT concorda que a disciplina deve manter laços com o contexto histórico do mundo antigo.
Quanto aos desafios atuais diz que caso seja possível explicar o texto autoritário na forma como temos agora e caso faça isso de um modo que ressalte a natureza, pessoa e ações divinas, então este livro poderá um retorno a uma verdadeira teologia do AT e bíblica.
Fonte do Resumo: HOUSE, Paul R. Teologia do Antigo Testamento. Trad. Marcio Redondo e Sueli. Ed. Saraiva. São Paulo: Vida Acadêmica, 2005.
Excelente trabalho.Muito nos iluminou e informou. Manda mais.
ResponderExcluirPb-voss@bol.com.br