Um caminho melhor: pregação em vez de protesto.
HORTON, Michael Scott. Religião de Poder. Igreja sem fidelidade bíblica e sem credibilidade no mundo. São Paulo: Cultura Cristã, 1998, (Cap. 2: pags. 33-47).
As críticas do autor para este método de resposta é que ele não comunica de forma entendível as verdades eternas. Para Kenneth “não é suficiente gritar: ‘blasfêmia’, quando alguém não entende exatamente o que está errado e que declarações verdadeiras devem ser postas no lugar”. Ao invés de protestar com apenas um evangelicalismo ideológico, deve-se proclamar as verdades teológicas. Outra crítica feita pelo autor é que o evangelicalismo está “mantendo alta visibilidade política”, enquanto se torna “doutrinariamente pluralista”. O que torna mais uma vez a igreja mais ideológica que teológica. Finalmente, Kenneth mostra que vivemos em um mundo “pós-cristão”, isto é o cristianismo não tem mais papel fundamental na formação cultural do mundo atual.
Diante destas críticas e análises, autor propõe um caminho melhor que esse saber: “proclamação em vez de protesto”. Para ele o protesto leva apenas a questões morais, todavia o desafio do cristianismo não é a luta pelos costumes ou pela moral, uma luta pela transformação das mentes e corações de homens que nunca ouviram uma apresentação inteligível da mensagem do cristianismo. Por essa, razão o melhor caminho é proclamar a verdade tão clara e tão autoritária quanto possível e chamar as pessoas ao arrependimento.
Creio que o caminho colocado pelo autor não é apenas o mais coerente, mas também o mais eficaz. Todo e qualquer protesto contenha a pregação da palavra não trará uma transformação consciente e duradora. Esta é a razão pela qual “a mais urgente necessidade da igreja cristã da atualidade é a pregação autêntica”. [1] C. H. Spurgeon aconselhava os seus alunos que apegassem a verdade e anunciassem todo o conselho de Deus, ao invés de cederem às pressões da época e agradarem aos seus ouvintes. E ensina: “Sinto-me na obrigação de dizer que nosso objetivo não é agradar a clientela, pregar para satisfazer a nossa época, acompanhar o progresso moderno [...] Não procuraremos ajustar a nossa Bíblia a esta época [...] Não vacilaremos; não seremos orientados pela congregação, mas teremos o olhar fixo na Palavra infalível de Deus e pregaremos segundo as suas instruções...” [2]
Deus tem a satisfação de salvar os pecadores através da proclamação clara da verdade do evangelho. E é isso que devemos dedicar nossos recursos e energia para se queremos ter um impacto sobre nossa cultura. Temos um mandato claro para proclamar o evangelho da forma mais clara, de forma tão precisa, tão poderosa, e sempre que pudermos. Não temos nenhum mandato algum para usar qualquer outra estratégia, especialmente uma estratégia que tenta aproveitar aspectos da sabedoria mundana de influência sob a crença equivocada de que estas são mais poderosas que o próprio evangelho para transformar nossa cultura.
O que precisamos é de um avivamento que traga a Palavra de volta para os púlpitos da das igrejas. Isso é que trará uma transformação real e duradora. Um exemplo disso foi a reforma protestante. No século XVI, o mundo foi abalado pela Reforma e Genebra transformada por Calvino. Genebra era uma das cidades mais tormentosas da Europa; seu governo era dividido e havia uma grande briga pelo poder; nas ruas, o pecado e a violência dominavam o povo. Entretanto, Calvino foi usado por Deus no avivamento suíço. A Reforma atinge, não só a igreja, mas também a sociedade. Sobre Genebra Fischer afirma: “O distintivo que Calvino conseguiu lhe dar parece incrível” [3] E, após séculos, permanece como centro de cultura e progresso. A nação profana passou a ser uma nação cujo Deus era o Senhor.
[1] Lloyd-Jones apud EBY, David. Pregação Poderosa para o Crescimento da Igreja: O papel da pregação em igrejas em crescimento. São Paulo, Editora Candeia, 2001. p. 37
[2] Spugeon apud Anglada in: ANGLADA, Paulo. Spurgeon e o Evangelicalismo Moderno. São Paulo, Editora Os Puritanos, 1996. P.
[3] FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Tradução de Messias Freire. Rio de Janeiro, Editoras Livros Evangélicos, 1961, P.92.
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