1 João 1. 1-4 - O Testemunho Verdadeiro
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O Testemunho verdadeiro - 1 João 1.1-4
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Introdução
A primeira carta de João começa
sem nenhuma das características formais de uma carta. Ela difere de quase todas
as epístolas do Novo Testamento, e sua abertura assemelha-se apenas ao exórdio
da Epístola aos Hebreus, e é igualmente desprovida do o nome do escritor, de
uma descrição dos leitores, e da saudação.[1]
De igual modo, a conclusão não tem quaisquer características típicas de uma
carta.
João inicia sua carta da
mesma maneira que abriu o quarto evangelho, isto é, com um prólogo. Em ambos
lugares o prólogo foi usado para introduzir ideias que seriam desenvolvidas
mais tarde em maior extensão no corpo do trabalho.[2]
Embora, a relação entre o prólogo do Evangelho de João e o restante do
Evangelho seja mais próxima e mais coesa do que a relação entre o prólogo 1
João e o restante da carta.[3]
Nestes versos iniciais o
Apóstolo enfatiza, em primeiro lugar, natureza do seu testemunho: “Uma mensagem antiga”. V. 1. Ele
assevera que sua mensagem não é a nova mensagem como é a dos falsos mestres
gnósticos. Pelo contrário, ela é a mensagem antiga, que foi proclamada desde os
primeiros dias do ministério de Cristo.
Em segundo, João apresenta
a
coletividade do testemunho: “Uma
verdade vista pelos doze”. Sua mensagem é a mesma que os demais apóstolos
tinham pregado e seus leitores tinham ouvido e acreditado desde o início de sua
experiência cristã.[4] O
fato dos verbos estarem na primeira pessoa do plural implica, que o testemunho
é coletivo e não apenas pessoal. Estes
verbos se referem a um grupo de pessoas, incluindo o autor, mas separado dos
leitores da carta, isto é, as testemunhas oculares da vida dos ensinamentos de
Jesus de Nazaré, o “verbo da Vida”.
Em terceiro lugar, o
apóstolo apresenta o conteúdo do testemunho: “o Verbo da vida”. O evangelho é o
que Jesus é e faz. Os apóstolos conheceram a Jesus e viram em loco o que ele
fez. Eles foram testemunhas da revelação da vida eterna em Cristo Jesus, e é
dessa manifestação, insiste João, ele e os demais apóstolos são testemunhas.
Por fim, João apresenta o
duplo propósito do testemunho: “comunhão e alegria”. João convida os
leitores de sua epístola a juntarem-se às testemunhas oculares em sua comunhão
“com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”.[5]
Os falsos mestres enfatizavam o conhecimento místico acerca da divindade. No
entanto, João assevera que o evangelho não é apenas uma questão de saber e
concordar com fatos sobre Cristo, ainda que inclua isso, ele vai além, requer
comunhão pessoal com ele,[6]
pois a verdade não é uma ideia
filosófica abstrata, ela é uma pessoa real, Jesus: “conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará”(João 8. 32). Nesse sentido, a alegria dos leitores de
João só seria completa e atingiria seu propósito final, se eles se mantivessem
firmes doutrinariamente, em plena comunhão com os apóstolos no que concerne à
pessoa de Jesus Cristo (cf. 2Jo 12; 3Jo 14).
Vejamos
de forma mais detalhada estas quatro verdades:
A NATUREZA DO TESTEMUNHO: “Uma mensagem antiga”. V. 1
O
verso 1 começa com uma série de quatro cláusulas relativas (o que ..., o que
..., o que ..., o que...), as quais, estão conectadas com as ideias
progressivas de ouvir, ver, comtempla e apalpar. O mais importante a ser notado
aqui é que todas essas cláusulas apresentadas no verso 1 são objetos do verbo
principal “anunciamos” no verso 3. Em outras palavras, o que João proclama é o
que ele ouviu, viu, contemplou e apalpou.
É
digo de nota, também, que o verso 2 (que é um comentário entre parênteses) é
uma explicação aos leitores que, quando o autor diz “o que...”, “o que ...”, “o
que ...”, “o que...” nas quatro cláusulas relativas no verso 1, ele está se
referindo ao “Verbo da vida”. Qual é o significado de “o Verbo da vida”? A
resposta para esta pergunta não é tal óbvia e fácil como a princípio possa
parecer. Devido a semelhanças entre 1 João 1.1 (carta) e João 1.1 (evangelho),
muitos intérpretes conectam a palavra “Logos”, aqui em 1 João 1.1, com a
Palavra, “Logos” que é mencionado em João 1.1 (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo
era Deus). De fato, há uma íntima ligação entre os dois termos, mas algumas
proporções precisam ser devidamente guardadas nesta comparação. Kistemaker foi
preciso em observa que,
As primeiras palavras nesta epístola são “aquilo” [ou “que” ARA], em
vez de “quem”. Ao invés de dizer Jesus Cristo “aquele que era desde o princípio”,
João diz “aquilo que era desde o princípio”. O termo aquilo é mais amplo do que
quem, pois inclui a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. O termo se refere à
revelação de Deus, a saber, o evangelho, que, de acordo com João, é “sobre o
Verbo da vida.”[7]
Observe,
ainda, que no verso 2, é o termo “vida”, em vez de “Logos” que é captado e
ampliado. Isto sugere que o foco principal do autor é na vida terrena e no ministério
de Jesus de Nazaré. Seu enfoque maior é o Logos encarnado e não o Logos eterno.
Sendo assim, as quatro cláusulas relativas “o que...”, “o que...”, “o que...”, “o
que...” no v. 1, é uma referência ao testemunho ocular apostólico sobre a real
existência de Jesus, verdade está que se encontra sob o ataque dos falsos
mestres que João enfrenta.
Como
vimos na introdução desta série, as igrejas que receberam esta carta lutavam
contra um falso ensino conhecido como docetismo. Este foi um pensamento
teológico que nasceu no final do 1º século e ganhou muita força a partir do 2º
século. O termo docetismo vem do grego “δοκέω” (dokeō), normalmente traduzido
como “parecer” no sentido de “parece ser”. Segundo Harnack, este movimento
defendia que Cristo assumiu um corpo meramente fantasmagórico.[8]
Para estes mestres, Cristo era um espírito consubstancial com o Pai que desceu
sobre o homem Jesus no seu batismo, mas o deixou de novo antes da sua
crucificação. Assim, para o docetismo, o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão e
sua crucificação teria sido apenas aparente. Logo, o homem Jesus era apenas um fantasma,
ou seja, ele não tinha corpo. Em outras palavras, ele só parecia estar na
medida em que seu corpo estava em causa. Ele era um espírito angelical que
surgiu em forma de aparição ou com um corpo aparente, mas na realidade ele não
era verdadeiramente Deus-humano.[9]
A
base para este pensamento docético foi a especulação filosófica, que aqui ainda
era embrionária e ganharia forma no IV século, chamada gnosticismo. Segundo
Louis Berkhof:
Os gnósticos foram profundamente influenciados pela concepção dualista
dos gregos, em que a matéria, entendida como inerentemente má, é descrita como
completamente oposta ao espírito; e por uma tendência mística para considerar
as coisas terrenas como representações alegóricas dos grandes processos
redentores cósmicos. Rejeitavam a ideia de uma encarnação, de uma manifestação
de Deus em forma visível, visto que isto envolveria um contato direto do
espírito com a matéria.[10]
Assim,
para o docetismo, Jesus Cristo não se fez um de nós e nem esteve entre nós. Ele
não foi uma realidade visível e palpável. Em contrapartida, João assevera que o
Filho de Deus foi e é uma pessoa viva e real. Intencionalmente, ele informa aos
seus leitores que ele usou três dos seus sentidos físicos para certificar-se da
presença do Senhor: ouviu sua voz, viu-o com seus olhos e tocou-o com suas mãos.
Em
suma, o ponto de João é que a sua mensagem não é a nova mensagem como é a dos
gnósticos. Pelo contrário, ela a mensagem antiga, que foi proclamado desde os
primeiros dias do ministério de Cristo. É a mesma mensagem que os demais
apóstolos tinham pregado e seus leitores tinham ouvido e acreditado desde o
início de sua experiência cristã.[11]
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