I - O QUE É AVIVAMENTO
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Sempre que voltamos das férias para as aulas no Instituto, ouvimos vários relatos das experiências de campo. E em muitos desses relatos ouço vários comentários como: “Jailson trabalhei em uma igreja que é uma bênção, uma igreja avivadíssima. Você precisava ver, lá o louvor é quase uma hora, todo mundo bate palmas, é aquela animação. O culto chega a me emocionar. Olha! que igreja avivada!” Relatos como este me fez perceber que há muitas pessoas sinceras, mas totalmente equivocadas acerca deste importante assunto.
O fato é que o termo “avivamento” tem sido grotescamente mal entendido. Um certo escritor contemporâneo escreveu que “nunca houve uma época em que a palavra ‘avivamento’ precisasse ser mais claramente definida como em nossa época” (Armstrong, s/d. p.1). Por isso, não há como falarmos sobre avivamento sem termos em mente o que é, de fato, avivamento bíblico e histórico! E para clarear nossa mente, precisamos definir o que não é avivamento.
1.1 – O QUE NÃO É AVIVAMENTO
Para definirmos o que não é avivamento, consideraremos cinco coisas que mesmo não tendo forma ou aparência é confundida com avivamento. Vejamo-las:
1.1.1 - Não é um programa agendado pela Igreja.
Avivamento não é uma ação isolada da igreja. A Igreja não é o agente que promove ou faz o avivamento. “A Igreja não produz o vento do Espírito; ela só pode içar suas velas em direção a esse vento” (Lopes, 1994, p. 27). Por isso, os homens que almejam o avivamento jamais podem trazê-los por sua própria energia e vontade. Jamais pode o homem, por mais piedoso, santo e dedicado a obra do Senhor, produzir vida nos que dormem, porque o único Autor do avivamento é Deus. É Ele que soberanamente e por sua livre graça derrama do seu Espírito Santo sobre o seu povo, e, Ele somente!
Todavia, isso não anula a responsabilidade da Igreja. O avivamento jamais virá, se a Igreja não buscar e preparar o caminho para a sua chegada. Isso não é difícil de nós entendermos, é só lermos a Bíblia e a História da Igreja, e veremos que só houve avivamento quando o povo se humilhou, orou, se santificou e se converteu da impiedade para a piedade. Preparando, assim, o canal das águas do Espírito.
Foi assim que aconteceu com Esdras, Neemias, com os apóstolos no Pentecostes; foi assim que aconteceu com os valdenses na França no século XII; na Boemia; na Reforma no século XVI, com Lutero, Calvino, Zwinglio, com os morávios, nos séculos XVII e XVIII, na Nova Inglaterra, com Jonathan Edwards, na Escócia e País de Gales, com Finney e Moody. Produzir avivamento é um ato de Deus, buscar e preparar o Caminho é um ato da Igreja!
1.1.2 - Não é mero emocionalismo
Muitos são os movimentos que, com base em emoções antropocêntricas, dizem viver um verdadeiro avivamento. São grupos que descartam a teologia e sã doutrina e dizem viver um avivamento fundamentado em sonhos e visões de pessoas que dizem ser “espirituais”. Em cultos que são shows antropocêntricos. Todavia avivamento não é mero emocionalismo ou mudança doutrinária. Pois o genuíno avivamento está fundamentado na sã doutrina das Sagradas Escrituras. Como bem disse o Rev. Hernandes Dias Lopes “o avivamento precisa estar dentro das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivas, produto muitas vezes da carne” (Lopes, 1994, p.28).
Avivamento sem doutrina é fogo de palha e não fogo do Espírito. O avivamento está norteado pelas Sagradas Escrituras e não por experiências humanas e antropocêntricas, ou seja, mero emocionalismo.
1.1.3 - Não é o show das 19:30 horas.
Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, onde todos em uma liturgia e louvor animados, com coreografias, gingos, palmas, gritam aleluias e dizem estar sentindo e até vendo a Deus e experimentando do fogo do Espírito, todavia parece mais um fogo estranho perante o altar do Senhor.
Não estou aqui fazendo uma crítica aos irmãos pentecostais ou aos neopentecostais.O que não creio é que avivamento seja sinônimo de culto e louvor animado. Pois o louvor sem obediência e santidade é uma ofensa a Deus e barulho aos Seus ouvidos. E Ele deixa bem claro isso quando diz: “afasta de mim o estrepito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Amós 5:23). Avivamento não é sinônimo de culto animado, mas de culto ungido.
Muitos cultos são pomposos e animados, um verdadeiro show das 19:30 horas, porém, não são ungidos. Todavia, Avivamento também não é sinônimo de ortodoxia morta, há cultos solenes, mas sem vida. “Não há nada mais solene do que um cadáver. Há cultos solenes, porém mortos” (Packer apud Lopes, 1994, p.31).
Avivamento não é mudança da forma de cultuar, mas da forma de viver.
1.1.4 - Não é manifestação de dons carismáticos.
Muitas pessoas confundem o avivamento e até o limita a milagres, curas e exorcismos, chegando a dizer que só há avivamento onde há uma constante manifestação de dons carismáticos. Todavia, isso não é o cerne de avivamento, “uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. O que caracteriza o avivamento não são os dons do Espírito e sim os frutos do Espírito” (Lopes, 1994, p. 32).
E esta verdade é visível na Igreja de Corinto que era cheia de dons, mas vazia do Espírito, a ponto do apóstolo Paulo considerá-la espiritualmente um “bebê”. Uma igreja tão cheia de dons quanto de partidarismo, contendas, imoralidades. Uma igreja carismática, entretanto, não tinha carisma nem simpatia de Deus.
No avivamento, a ênfase não está nos dons, mas sim no fruto do Espírito. Nem sempre manifestação de dons carismáticos é sinônimo de avivamento. Há muitas igrejas que tem muitos dons, mas poucos dotes divinos. Tem muitas manifestações de dons, mas pouca manifestação de vida. Cheios de curas físicas, mas pouca cura espiritual. Cheios de dons do Espírito, mas vazias do fruto do Espírito. Avivamento não é manifestação de dons, porém, manifestação de uma nova vida em Cristo.
1.1.5 - Não é modismo!
Muitos crentes vêem o avivamento como a onda e moda do momento, como a mais nova e moderna inovação, confundindo avivamento com modismo ou até mesmo o mais novo “vento de doutrina”. Lembro-me de que quando comecei a estudar sobre avivamento muitos chegaram a dizer: “O Jailson está ficando pentecostal”. O fato é que por ignorarem tal assunto o confundem com mais um modismo pentecostal.
No dizer do Dr. Hernandes Dias Lopes, “os que assim pensam certamente não estudam com critério a Bíblia, nem a história da Igreja” (1994, p.32). Avivamento nunca foi nunca será modismo, pois é uma verdade clara e incontestável na Bíblia Sagrada e na Historia da Igreja. Basta olhar para os grandes avivamentos, na época de Ezequias, Josias, Esdras, Neemias, com os apóstolos no Novo Testamento, bem como, outros avivamentos já citados no item 1 deste capitulo. Avivamento não é a mais nova e moderna inovação do momento, mas que o genuíno avivamento é algo alicerçado nas Escrituras.
Vimos, então, o que não é avivamento, com o propósito de clarear a nossa mente para definirmos o que é o genuíno avivamento bíblico e histórico.
1.2 - DEFINIÇÕES DE AVIVAMENTO NO DECORRER DA HISTÓRIA
G. J. Morgan exprime-se dizendo que avivamento é: “despertar de novo na humanidade a consciência de Deus, mediante a presença interior do Espírito Santo” (Morgan apud Ibid, p.17).
Arthur Wallis diz ser: “a intervenção divina no curso normal das coisas espirituais. É Deus revelando-se ao homem, em solene santidade e irresistível poder” (Wallis apud Ibid, p. 17).
J. Edwin Orr resume em: “tempos de refrigério na presença do Senhor” (Orr apud Ibid, p. 17).
Joseph W. Kempe diz que avivamento é sinônimo de: “reanimar aquilo que já tinha vida, mas que caiu no estado de declínio” (Kempe apud Ibid, p. 18).
D. M. Panton define ser: “o Espírito Santo enchendo um corpo preste a tornar-se um cadáver” (Ravenhill, 1989, p. 64).
John Armstrong define avivamento como sendo: “o princípio de vida da igreja. É o poder que traz vida a pecadores e leva avante a causa de Cristo com grande efeito, tanto na igreja, como na cultura ao seu redor” (s/d, p. 10).
Henry C. Fish, um batista do século passado, acrescenta: “avivamento, então, são épocas quando os cristãos são despertados para uma disposição mais espiritual, para mais fervente oração, e para mais esforços sérios, em promover a causa de Cristo e a redenção,...” (Fish apud Armstrong, s/d, p.10).
O Dr. Martin Lloyd-Jones define como sendo: “dias de céu sobre a terra” (Lloyd-Jones, 1993, p. 108).
Na ótica de David A. Womack, “avivamento é um estado espiritual no qual os crentes se chegam mais perto de Deus, arrependem-se e purificam-se de acordo com os padrões bíblicos de santidade, são cheios com o Espírito Santo, esperam e experimentam manifestações sobrenaturais e cooperam juntos para glorificar a Deus, identificar-se uns aos outros e evangelizam perdidos para Cristo” (Womack apud Trask, 1999, p. 243).
Avivamento é o despertar de Deus em nossas vidas para vivermos o verdadeiro cristianismo, e sermos considerados, de fato, cristãos tais como os discípulos em Antioquia.
1.3 - SENTIDO BÍBLICO DA PALAVRA
A palavra “avivamento” não ocorre na Bíblia; o verbo “avivar” é empregado apenas uma vez nas versões bíblicas em português (Hc. 3.2, RC, AR e ARA).
Biblicamente, a palavra avivamento vem do hebraico “haya” e do grego “anazao”. Ambas significam literalmente “vindo os mortos de volta à vida” (Armstrong, s/d, p. 11).
Em Hc 3:2, o profeta diz: “Senhor, ouvi falar da tua fama; tremo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras...” (NVI). Esse clamor por parte do profeta é para que Deus realize novamente os mesmos atos de maravilha do passado.
Em II Tm. 1.6, o apóstolo Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo diz: “[...] reavives o dom de Deus que há em ti...”. Reavives no original é “anadzopureo” que significa “reinflamar”, “reatiçar”, o fogo do zelo visto nos dons espirituais pode apagar-se, ou pode tornar-se embotado e ineficaz, se alguém não tem cuidado do serviço apropriado dos mesmos, renovando-se sempre na dedicação a Cristo.
Apesar de não termos várias referências do termo avivamento, temos, por inferência várias palavras que são quase sinônimas da palavra avivamento. Tais como: “despertar”; “restaurar”; “vivificar”; (Ed. 1.5; Is. 51.9,17; Sl. 14.7; 19.7; 80.3,7,19; 119.25, 37, 40, 88, 107; 126.4). Avivamento, portanto é algo que a Bíblia relata e a história dá testemunho.
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