Da interpretação a exposição - Aula 3
A MENSAGEM DO SALMO 96.
Como já dito acima o salmo 96 tem
sido tradicionalmente divido em três
seções. A ideia da primeira seção é que o
Senhor é aquele que deve ser louvado e anunciado por toda a terra, porque Ele é
o verdadeiro Criador, Deus, enquanto todos os deuses não são nada. (1-6). Ela, entretanto, se divide em duas partes
compostas de: uma convocação para Israel e todas as terras louvar ao SENHOR e
anunciar sua glória (1-3); e as razões deste louvor (4-6). Começaremos
analisando esta convocação.
1. Convocação para Israel e todas as nações louvar ao SENHOR
e anunciar sua glória (1-3).
Nesta primeira parte temos uma série de seis
imperativos, dos quais três estão no tronco que traz a ideia de uma ação
ativa simples (Qal) e três são usados com um sentido de fazer algo com intensidade
(Piel - como na voz média do grego: “com empenho”).[1] Todos estes imperativos apontam para uma ordem positiva
vinda do SENHOR.[2]
Nos versículos 1 e 2a há uma tríplice repetição do verbo “Cantar”. Esta repetição era um recurso da poesia hebraica usada para
enfatizar a ideia e mostrar a importância da exortação. Após convocar de forma
veemente o salmista dar algumas características
deste louvor.
Primeiro, ele diz que este louvor deve ser um novo cântico. Está expressão “Cântico novo”, juntamente com “O
SENHOR Reina” e “Ele vem” são expressões que servem de fundamento do aspecto
escatológico e é o que difere os salmos de realeza dos salmos de louvor. A nova
canção se refere ao cântico da libertação final, quando o Reino de Deus estiver
plena e definitivamente estabelecido.
Em segundo lugar, o salmista diz que este louvor é um cântico sem fronteiras, pois a
convocação é para “todas as nações”. Observe que em todo o salmo não aparece as
palavras Israel e Jerusalém. Este louvor é um cântico que ecoa além dos muros
do templo e do arraial judaico, pois é cantado pelo “coral” formado de pessoas
de todas as nações. A ideia de
totalidade rege o salmo, ela é repetida nas três seções. O salmista mostra que:
todas as terras deveriam louvar ao
SENHOR; ele deveria ser anunciado entre todos
os povos; porque ele é maior que todos
os deuses; por isso, todas as terras
deveriam tremer diante dele; e todas
as árvores deveriam regozijar-se. Essa repetição da ideia de totalidade faz
parte do propósito central do salmista expressado no primeiro versículo: “cantai
ao Senhor todas as terras”. Aqui
temos encontramos não apenas a tônica, mas também a ideia central do salmo.
Em terceiro lugar, o salmista expõe que este louvor é um cântico de “exaltação”. Ele diz no verso
2b que o nome de Yahweh deveria ser bendito. O verbo traduzido por “bendizei” (Wkår]B'), traz a ideia de falar bem do nome
de Yahweh, o qual é excelente e glorioso. Ele encontra-se no piel (uso mais comum deste verbo bendizer)
e muitas vezes é traduzido como “abençoar”. Normalmente, no AT a bênção era
transmitida de uma pessoa que estava numa posição maior para uma na posição
inferior. Tal tratamento tornou-se um meio formal de expressar agradecimento e
louvor a uma pessoa por ter compartilhado um benefício de sua vida. É bastante
comum que o SENHOR seja tratado dessa forma. A bênção no AT está diretamente
ligada à natureza bondosa de Deus, que neste salmo é expressa por meio de sua
salvação.
Em quarto lugar, o salmista expõe que este louvor é um
cântico “evangelístico”. Esta ideia
esta presente nos dois imperativos dos versos 2c e 3ª. O primeiro verbo que
expressa essa ideia é “proclamai” (WrïF.B). Este
verbo tem a ideia de “trazer
notícias”, e no Antigo Testamento está intimamente ligado a “boas notícias”.[3]
Esta era uma palavra usada para se referir a “notícia” trazida por um aurato da
vitória de uma guerra. Por exemplo, em Isaías
41:25-29, um mensageiro (WrïF.B) vai trazer a notícia a Jerusalém que
o Senhor fez para nascer “um do norte” (Ciro), que irá fazer a vontade do
Senhor para a salvação de Israel.[4]
A boa notícia
a ser dada é a da obra salvadora do Senhor. Uma vez que o Senhor é o
grande rei, juiz e divino guerreiro, ele é aquele que por meio de sua aliança,
providencia socorro legal e proteção para o seu povo quando esse estiver passando
por aflição (cf. SI 76.9). Assim, salvação tinha dois aspectos para o ouvinte
da época. Num aspecto negativo, significava o livramento dos perigos físicos e
da morte. Positivamente, participação nas vantagens de ser um hebreu e possuir
tudo que a Lei provia. O salmista termina a frase dizendo que esta boa notícia
deveria ser espalhada “dia após dia”, isto é, algo frequentemente e não só em tempos
apontados para as festas solenes. Em outras palavras, as vozes nunca deveriam
se calar.[5]
O salmista diz também que a glória de Yahweh
deveria ser anunciada. Em sua forma básica verbal, “anunciar”, significa “enumerar ou contar” (Gn. 15.
5). Em alguns casos, o verbo (WråP.s) no troco intensivo (piel), como presente aqui,
significa “mostrar” ou “narrar”, porém com um elemento novo, a experiência que o próprio narrador viveu
em relação ao que esta narrando. Essa era uma palavra comumente usada para se
refere às histórias, contadas ou narradas, pelos pais israelitas aos seus
filhos sobre os grandes feitos do SENHOR no decorrer da história.
O
que deveria ser narrado a todos os povos são a glória e as maravilhas de
Yahweh. A palavra “glória” (Ad+AbK. - kâbôd) significa o esplendor do Senhor manifesto de maneira
visível e perceptível. Esta “glória” é ativa, não apenas um conceito
estático. Ela estar intimamente ligado com a presença de Yahweh, seu poder e sua ação no mundo. Além disso,
Israel e todas as nações deveriam anunciar as “maravilhas” feitas por Yahweh no decorrer da história. A palavra “maravilhas” (wyt'(Aal.p.nI) no
troco verbal que se encontra traz a ideia de algo que estar “além da capacidade
de alguém”, algo “difícil de fazer”. Em outras palavras coisas grandiosas que
somente Deus poderia fazer e que é tão extraordinário que muitas vezes foge a
compreensão humana.[6] Em suma, podemos ver que esta mensagem “evangelística”
visava despertar a alegria e a fé no Senhor, como as nações passaram a entender
ao longo da história que ele reina
sobre todo o mundo.[7]
Uma das
questões que precisam ser respondidas nesta seção é a quem esta convoção é
direcionada, isto é, a Israel, a todas as nações ou a ambos. Esta é uma questão
sem concenso entre os comentaristas. Os elementos exegéticos e históricos à luz
da analogia das Escrituras e da fé, dão base para mais de uma interpretação.
Exegeticamente o sujeito dos imperativos dos versos 1 – 3 é a segunda pessoa
masculino plural e de forma indireta apontam para todas as terras. Dessa
maneira a convocação é para todas as terras.[8]
Por outro
lado, precisamos entender que este salmo no primeiro momento era lido no templo
e assim direcionado aos judeus da época da escrita, e logo, era uma convocação
para que Israel saisse do seu arraial para a nações. Por essa razão, para não
lermos este salmo, apenas a luz do Novo Testamento, e dizermos que ele é
direcinado, no primeiro, todos os cristãos, inclusive gentios e assim perdermos
elementos importantes do contexto da época; nem lermos apenas dentro do
contexto da época e perdermos a sua mensagem para todas as épocas, entendemos,
assim como muitos comentaristas (Calvino[9], Keil,
C.F. and F. Delitzsch[10]) que os imperativos deste salmo formam uma enfática convocação para Israel (num primeiro momento) e todas as
terras[11] (num segundo momento) louvarem ao SENHOR com o novo
cântico e anunciar sua glória entre as nações (1-3).
O verso 4 começa com a conjunção “porque” (yK) e aponta para as razões do louvor. Este
será o assunto que trataremos a seguir.
2.
As razões do louvor (V. 4 – 6).
A segunda parte da primeira
seção, versos 4-6, define as razões ou motivos para louvar ao Senhor. Esta é a forma típica, também, dos hinos de
louvor e celebração e, é uma das partes centrais destes tipos de salmos.[12] O
uso de yKiî nos versos 4 e 5 fornece
uma dupla ênfase sobre o estado elevado do SENHOR, que é maior (lAdÜg"¬ - gâdol) que todos os outros deuses (~yhi(l{a - 'ĕlôhı̂ym) e
mais digno de reverência (ar"îAn - yârê' – “temível” - ARA) do que qualquer um deles.
O segundo yKiî V. 5, amplia e intensifica das declarações no v 4: “todos os deuses dos povos são meros ídolos” (~yli_ylia - 'ĕlı̂ylı̂ym). Além disso, ambos os porques marcam as
razões (ou até mesmo o conteúdo) do louvor exigido tanto nos versos
anteriores como nos posteriores. Em outras palavras, tanto o louvor ao nome de
Yahweh, como o reconhecimento de sua glória e a proclamaçãodo seu Reino estão
ligadas ao fato de Yahweh ser o único
Deus e os ídolos serem inúteis e de nenhum valor.
No quarto verso, o salmista
coloca algumas razões pelas quais, todas as terras devem louvar a Deus. A
primeira, é que ele é grande (lAdÜg"¬ - gâdol). Este
adjetivo traz a ideia de grande em importância
e força.[13] Em segundo lugar, Ele é mui digno de ser louvado, e por
isso, deve ser imensamente louvado.
Finalmente, Ele é tão grande e poderoso, que todas as nações devem ficar
espantadas e admiradas, com a sua grandeza e força. Este temor, por sua vez, é mais
do que simplesmente medo, contrário é
uma atitude com a qual uma pessoa reconhece
o poder e o status da pessoa que é venerada e dando-lhe o devido respeito.[14]
O verso cinco é chave, e nele o salmista
convence as nações pagãs de que seus deuses não passam de inutilidade, já que o
sentido do termo hebraico ~yli_ylia/[15] ('ĕlı̂ylı̂ym - ídolos) é aplicado aqui aos deuses em tom de desdém, ou de algo que é sem valor. Neste
versículo as palavras yheäl{a/-lK' (todos
os deuses) e ~yli_ylia/ ('ĕlı̂ylı̂ym - ídolos) formam um recurso poético chamado de “paronomasia”, que é “a repetição de palavras semelhantes no som,
mas não necessariamente em sentido”.[16] Popularmente, usamos o termo “trocadilho” para nos referir a esse
recurso. Bullinger
lembra, que quando esse recurso é usado, a nossa atenção é chamada para essa
ênfase pela semelhança de som, com isso, os olhos e os ouvidos são
imediatamente atraídos pela semelhança do som ou aparência e, portanto, nossa
atenção é atraída por uma declaração solene ou importante.[17]
O salmista usa esse recurso ao relacionar as palavras ~yhi(l{a ('ĕlôhı̂ym - deuses) e ~yli_ylia/ ('ĕlı̂ylim - ídolos) e monta uma frase com palavras parecidas
no som e na grafia, mas com significados diferentes e gritantes. Assim, como supra dito ~yli_ylia ('ĕlı̂ylı̂ym - ídolos), significa algo que nada vale; “como
se de lia,
not (sic) a letra l fosse duplicada para denotar extrema
nulidade”.[18]
Como a Deidade, real e verdadeiramente, não será encontrada em nenhum outro
senão no Criador do mundo.[19]
Em outras palavras os idolos ~yli_ylia ('ĕlı̂ylim - ídolos) podem
até se assemelhar a Deus no nome mais
nunca na essência e magnificência, pois “o SENHOR fez os céus”. Ele é Deus e o único criador.
O verso seis conclui
o pensamento mostrando que “a glória e a
majestade estão diante dele e a força e a formosura no seu santuário” (ARA).
A palavra traduzida como “glória” (dAh - hôd),
é frequentemente traduzida como “esplendor”. Ela é usada para se refere à
beleza de um sumo sacerdote em Êxodo 28:2, 40, e a grandeza de um rei em Ester 1:
4, [20]. Seu uso aqui, porém,
estar intimamente ligado, a segunda opção e, é uma alusão ao poder e posição
superior como aplicada aos reis. O salmista quer
mostrar que os deuses não são nada, mas Yahweh tem atributos rei em um grau
elevado.
Em nosso salmo, todos estes atributos, estão intimamente ligados à presença de Yahweh. Eles estão tanto
“diante de sua face” (wyn"+p'l. – la panayv), isto é, sua presença; no seu “santuário” (Av*D"q.mi. - miqdâsh), ou
seja, lugar santo onde Deus habita. Isso significa que é na presença de
Deus ou em sua morada santa, que se encontra a fonte de todos estes atributos. [21] A
ideia é que onde quer que Deus se manifeste, há exposições de glória e
majestade, e força e a formosura, as quais deveriam ser reconhecidas por toda
terra.[22] Após
convocar todas as nações para louvar o nome de Yahweh e dar das as razões para
isso, o salmista inicia uma nova seção com uma nova convocação, para que todas
as nações reconheçam sua glória, como veremos a seguir.
3.
O Senhor é Aquele a quem todos devem dar glória e força, reverentemente
temer e oferecer ofertas diante de sua face. V. 7-9.
Esta seção como a anterior é marcada por outra série de
imperativos. Nos versos 7-9 (7 - 10a na ARA) temos mais oito imperativos,[23]
onde os três primeiros são repetidos (assim como no verso 1,2, com propósito de
enfatizar a ideia) e os outros juntos expressam ideias parecidas, isto é,
reconhecer sua glória e adorar seu nome versos 8,9 (assim como nos versos 2,3 louvor
o seu nome e proclamação sua salvação), como segue na figura 1.
Em todos esses imperativos temos o reconhecimento inerente que
Deus merece ser adorado. Além disso, como já tido antes, as
verdades expressadas por esses verbos, nesta seção, estão intimamente ligadas
aos versos 4 e 5, que é o pano de fundo de todo o salmo: Yahweh é o unico Deus e os
ídolos (~yli_ylia - 'ĕlı̂ylı̂ym) são inúteis e de nenhum
valor.
O verbo “dai” (Wbïh' - yâhab – tributai ARA), em seu radical primitivo traz
a ideia de “dar” algo (normalmente importante), tanto de maneira literal como
figurada, e ele é usada tanto para se referir a Deus, como aos homens. Quando
usado para Deus, não quer dizer que alguém estar dando-lhe algo que ele já não
tenha, mas atribuindo-lhe algo que ele já tem, e assim, apenas dar-lhe o que é
devido.[24]
Por essa razão, ele expressa a ideia de reconhecimento reverente. Sendo assim, as
nações deveriam reconhecer a sua glória e a sua força propocinalmente a sua margestade.[25]
Assim como no verso um, a
convocação em forma de imperativos, é direcionada a toda a terra, aqui chamada
de “famílias dos povos” (~yMi_[; tAxåP.v.mi). A palavra “famílias” aqui usada tem o
sentido mais forte do que que normalmente é atribuida a ela. Não se trata apenas
de pessoas que estão juntas na mesma casa, mas de pessoas que estão unidas por laços fortes ou num círculo de parentes de fortes laços sanguíneos.[26]
A ideia é que os gentios de toda terra, não
mais seriam como meros “agregados” unidos sem qualquer unidade de laços comuns,
mas como pessoas unidas por laços fortes, ligadas pelo sangue e afeição.[27]
Através da luz do
Novo Testamento, enxergamos aqui que não seriam apenas os descendentes
(sanguíneos) de Abraão que iriam adorar a Yahweh, mas todos os que foram abençoados na descendência dele, por meio seu descendente
maior, a saber: Jesus Cristo. Nele todas as famílias se tornaram uma única
família, ligadas por um laço sanguíneo em comum, isto é, seu próprio sangue.
O salmista no verso sete usa ainda, um paralelismo de escada ou climático, que acontece quando o autor completa a ideia da primeira linha com outra
na segunda linha.[28] Sendo
assim, o autor chama atenção dos seus ouvintes e leitores para o que deveria
ser atribuído a Yahweh, isto é: “glória”
e “força”. A palavra, glória usada
aqui difere da usada no verso anterior. Ela está ligada a “honra” dada a Deus através
do reconhecimento e confissão de que Deus é Deus (Cf. Sl. 29: 1). Além
disso, este termo aponta para a soberania de Deus sobre a terra e, especificamente,
para manifestação da sua “glória” no decorrer da história (Is. 40: 5).[29]
No verso oito, o salmista convida as nações para atribuir a Yahweh a
glória devida a seu nome. O nome proclamado no verso 3 aqui deve ser
reconhecido. Este nome está intimamente ligado a sua pessoa e obra. O salmista,
ainda em tom de convocação diz a todos as famílias: “trazei” (Wa)f – literalmente
levantar) uma “oferenda” (hx'ªn>mi - minchâh)
e “entrai” (Waboï - bô') nos seus “átrios” (wyt'(Arc.x). A palavra aqui traduzida por
“oferendas” é o que é comumente usada para designar ofertas “sem derramamento
de sangue” e normalmente relacionadas a atos de gratidão e reconhecimento. O
salmista completa a ideia do verso dizendo o lugar no qual esse reconhecimento
deveria ser dado. Por isso ele convoca a todas as nações dizendo Waboï (entrai ARA) aos seus “átrios” (wyt'(Arc.x). O salmista, neste
caso, faz uma referência ao Templo, o símbolo da presença de Deus no meio do
seu povo. O Templo é tido como o centro religioso da nação de Israel. Entrar nos
átrios ou nos pátios do Templo, era, simbolicamente, entrar na presença deste
Deus, visto que a Arca da aliança estava no Templo e era símbolo da sua
presença.
No verso nove, a convocação esta ligada a adoração. A palavra “adorar” (Wwæx]T;v.hi) tem
a ideia de “curvar-se”.[30]
A palavra “adorar” expressa, também, temor e reverência máxima. No Salmo 29:1-2 a convocação é feita também aos
seres celestiais, aqui diferentimente ela se alarga para toda terra. A
ideia é que todas as nações deveriam prostrar-se diante de Yahweh e reconhecer sua grandeza e que tudo o que lhes pertencia eram dele e vinham dele.[31]
Essa adoração deveria ser feita no “esplendor da sua santidade” (vdh;B. ), isto é, no lugar
onde Deus se manifestava de forma gloriosa. “Seus átrios” no verso 8c sugere que o elemento
correspondente em 9a vdh;B. hw"hyl;â Wwæx]T;v.hi (“Curvem-se diante Senhor em seu esplendor sagrado”) deve referir-se ao Senhor e não para
os fiéis.[32]
Se no verso anterior os gentios são convidados para virem aos átrios, aqui eles
são convidados a adorar a Yahweh vdh;B (no seu esplendor sagrado).
Para Calvino, aqui há também, uma referência ao fato de que “os gentios
seriam erguidos para uma nova honra ao se associarem ao mesmo corpo com o povo
eleito de Deus. Ao tempo em que este Salmo foi escrito, geralmente se julgava
escassamente crível que as nações pagãs fossem admitidas no templo em companhia
da santa semente de Abraão”.[33]
Finalmente, O salmista convoca toda
terra a “tremer” (Wlyxiî) diante do Senhor. Esta palavra originalmente
expressa “a mais profunda admiração”. Calvino destaca que “esta expressão tem o propósito de
gerar em nós uma profunda reverência pelo templo, para que os homens se
aproximem dele com humilde temor, em vez de precipitar-se na presença de Deus sem uma reverente ponderação”.[34]
Nestes versos há uma alusão aos reis das nações ao redor de Israel; os
quais ficavam, sentados de forma majestosa, com todas as marcas de honra real e
dignidade sobre eles, e recebiam de indivíduos atribuições de glória, levando
presentes em suas mãos, e curvando-se para o chão, antes deles. Com esse
paralelo em mente o salmista mostra que estes atos de reconhecimento deveriam
ser direcionados de forma consciente ao único Rei que é digno dessa adoração.
A seção
termina com o último imperativo da série: “Dizei” (WrÜm.ai.). Este verbo no troco
verbal que se encontra aqui (Hitpael) traz a ideia forte de “agir
orgulhosamente”.[35] Poderia ser traduzido por “dizer
orgulhosamente”.[36] Além
disso, traz a ideia de uma comunicação direta da verdade.[37] O
autor volta a questão já colocada no verso 3, onde ele convoca Israel e as nações dizendo: “proclamai” (WrïF.B.) sua salvação e “anunciai” (WråP.s.) a sua glória. Obseve,
também, que no v. 3 ele diz que Israel e todas as nações deveriam anunciar a
suas maravilhas, isto é, o que Deus já fizera no passado. Agora ele manda
anunciar (“Dizei” - WrÜm.ai.)o seu jugamento futuro. Assim fiéis são incentivados a olhar para trás e
lembrar-se das grandes realizações do Senhor na história e para frente na
esperança do seu Reino eterno que acontecerá em toda sua plenitude.
A
propagação aqui deveria ser feita “entre
as nações”. O termo (~yI“AG - gôyim) no AT se refere aos povos “pagãos” ou “gentios”
que ainda não faziam parte da aliança de Yahweh. Todavia, mesmo diante disso
não se deve concluir que estes povos estivessem irremediavelmente perdidas, sem
Yahweh e sem esperança. Pelo contrário, através do povo (“am”) da aliança, as bênçãos de Yahweh deveriam ser reveladas para
as nações (“gôyim”) e a elas
concedidas. Sendo assim, expressão,
“entre as nações”, significa que o Reino de Deus deveria ser proclamado
fora do arraial de Israel, para que se cumprisse a promessa de Yahweh a seu
servo Abrão: “de ti farei uma grande ‘nação’” (“gôi”, singular de “gôyim”). Gn.
12.2.
Após estas palavras, o poeta chega há um
dos pontos mais altos do salmo que é a apresentação, em forma de uma afirmação
enfática, de Yahweh como o Rei (já no presente) de toda a terra. Este é o
assunto da última seção como veremos nesta última parte.
4.
O Senhor é quem reina sobre o mundo e todas as
criaturas 10 – 13 (10b – 13 ARA).
A expressão
%l'ªm'
hw"Üh«y> (Yahweh mâlak - “Yahweh Reina”), estar
presente em quase todos os salmos de realeza ou de soberania e, como já dito,
aponta para o motivo central dos mesmo, a saber, proclamar que Deus é
Senhor Único do universo e da História.[38] Sabe-se que diferente do português a ênfase
verbal da língua hebraica está na qualidade de ação e não no aspecto temporal.
Originalmente o verbo se encontra no “perfeito”, o qual traz a ideia de uma ação completa, e aqui traz a
possibilidade de ser traduzido no presente, apontando para o fato que ele já Reina.
Além disso, que “Yahweh Reina” é tanto uma mensagem consolo
para Israel, como de juízo para as
nações, como veremos a frente. De modo geral podemos dizer que esta seção
contém, três grandes afirmações ligadas ao fato de que %l'ªm' hw"Üh«y> (Yahweh mâlak - “Yahweh Reina”): 1) Senhor já exerce o poder da
realeza divina e isso é deve ser consolo e esperança para o seu povo; 2) o
mundo criado é inabalável porque é Ele que o criou e o sustenta. 3) o Senhor
vai “julgar” a terra e este julgamento “acertará as coisas”, punindo os maus e
ajudando os justo(cf. Dt 32:36, Sl 135:14, Jó 35:14; Dn. 7:22 com Is 3:13-14;
Sl. 50:4).[39] Analisaremos cada
uma de forma separada.
1) Senhor estar exercendo o poder da realeza divina.
%l'ªm' hw"Üh«y aponta para uma esperança que o povo
tinha de que a vida social se realizaria de modo humano quando Deus se
manifestasse interiramnete no meio dos homens, levando a sociedade à realização
da justiça e a vivencia do direito.[40]
Em outras palavras, quando ele soberanamente exercesse o seu reinado sobre toda
a terra.
Além
disso, o fato que “Yahweh Reina” responde a questão
levantada por Etã no final do livro III. O salmista mostra que embora a Deus permita que as nações se voltem contra o
seu ungido (Sl. 2:1-3), em resposta a questão de Etã Salmo 89. 49 - 51 (“Que
é feito, Senhor, das tuas benignidades de outrora, juradas a Davi por tua
fidelidade? [...] Com que, SENHOR, os teus inimigos têm vilipendiado, sim,
vilipendiado os passos do teu ungido”.)
ele diz enfaticamente que Yahweh ainda reina e que
essa notícia deveria ser dada as nações.
O salmista apresenta o fato, que em meio a todas estas coisas, Deus está sentado no trono,
ele ordena que todos os acontecimentos segundo sua própria vontade, ele garante
a realização de seus próprios propósitos. Neste aspecto o fato de Yahweh esta
reinando traz um grande consolo ao
seu povo. Todas as coisas que estavam acontecendo ao redor do seu povo e com o
seu povo faziam parte do plano soberano do Rei dos reis. Todas as nações que se
levantavam contra a casa de Davi eram apenas servas do Rei que governa sobre
terra e céu. Além disso, elas serão julgadas e se algo for achado em falta
condenadas por Ele mesmo. Assim, essa grande verdade deveria criar em Israel um
sentimento de grande esperança de um reinado futuro marcas pela justiça e pela
paz.
2) o mundo criado é inabalável, porque é Ele que o
criou e o sustenta.
Segundo calvino, no que
concerne à ordem da natureza, sabemos que o mundo foi divinamente estabelecido
e fixado desde o princípio;[41]
que o mesmo sol, lua e estrelas continuam a brilhar no céu, pois Deus quem os
criou os sustenta pelo poder de sua palavra. O verbo “abalar” como
presente aqui traz a ideia de algo que pode ser agitado e vim a balançar. Já o
verbo “firmar” a raiz denota estar sentado firmemente ancorado com a certeza
que não balançará. A primeira definição desta palavra se aplica a um telhado
que é firmemente fixado em pilares, ou, algo alicerçado na rocha.
Assim, o Salmista mostra que Deus “firmou” (!AKåTi) o mundo para que não seja “abalado” (jAM+Ti). Em outras palavras, o poeta enfatiza que
porque Yahweh é o verdadeiro Deus e criador da terra, o mundo está firmemente
estabelecido, e sempre será imóvel. Com isso, ele mostra que os homens e
seus reinos são incapazes de destruir o que Deus criou, pois todas as coisas
feitas estão em suas mãos e é por ele são controladas.
3) o Senhor vai “julgar” a terra e fazer justiça.
Em muitos contextos, o termo !ydIîy" (“julga”) tem um sentido
jurídico. Normalmente descreve a atividade de uma pessoa que age como
intermediário entre duas partes em conflito. O mediador (agindo como juiz
e júri) ouve os argumentos das partes chegar a um veredicto justo e determinar
as ações a serem tomadas.[42]
No contexto de Israel, bem como no contexto de outras nações, esta atividade
estava ligada ao cargo real. Assim, o salmista diz que Deus como Rei do mundo
execerá seu poder de juízo sobre toda a terra, inclusive sobre os reinos que ao
longo da história se levantaram sobre o seu ungido (cf. Sl. 2).
Direferente de muitos julgamentos terrenos que são injustos o salmista
mostra que o de Yahweh será feito com ~yrI)v'ym (“equidade” - ARA). Este termo refere-se, a algo
sem disniveis. Pode ser ilustrado como uma linha reta sem nenhuma saliencia. A
ideia é que Yahweh julgará todos os povos com retidão. Segundo Calvino, o reino a ser introduzido seria
distinguido pela justiça.[43]
Segundo Kim, os verbos
nos versículos 11-12a não são morfologicamente imperativos. No
entanto, as sentenças podem ser traduzidas
no imperativo de significado se o
dispositivo poético é “personificação”. Além
disso, a maioria dos estudiosos concorda com a tradução como imperativos. [44] Com as palavras “regozijem-se
os céus e a terra exulte”, o salmista convoca as coisas irracionais: as árvores, a terra, os mares e os céus a
aderirem ao júbilo geral. Essa linguagem deve ser hiperbólica, designada a expressar a aspiração e bem-aventurança
de ser conduzido à fé em Deus. Ao
mesmo tempo, ela denota que Deus não
reina com terror nem como tirano, mas que seu poder é exercido serenamente de
modo a difundir alegria entre seus súditos. Finalmente, porque seu julgamento é
justo e a sua restauração será cósmica as árvores da floresta (v. 12) são convidadas
a “regozijarem-se” com a vinda do
Senhor.[45]
Estes versículos
nos fazem lembrar as palavras de Paulo em Romanos 8: 19-22, onde o Apostolo
mostra que a criação geme atualmente sob a maldição, aguardando o dia da
redenção, quando serão restaurados.
Segundo Gill, estes versos apontam também, para a vinda do reino e de
Cristo, onde os gentios se alegraram com a encarnação de Cristo, e se regozijam
com a conversão até mesmo de um único pecador. Eles exultarão na vinda do reino
e de Cristo, em todos os sentidos, na salvação que ele tem feito para fora; na
justiça que ele trouxe, na visão dele, a glória de sua pessoa, e as riquezas da
sua graça, no gozo da sua presença, na audiência do seu Evangelho, e as verdades
confortáveis dele.[46]
Obseve que até mesmo o bramido das ondas, que em muitas passagens bíblicas traz
a ideia de terror, e aqui expressa a alegria.
O verso treze,
encerra essa última seção, falando sobre a razão (yKiî – “porque” - ARA) do que foi
dito antes, isto é, “ele (O SENHOR) vem”. A análise do duplo éab'iî (“vem”) tem sido fruto de debate entre os
comentaristas. Alguns leem como perfeito, outros preferem interpretá-lo como
particípio.[47]
Se os lermos como
perfeito eles podem ser descritivo da ação característica (“ele vem”) ou se
referir a um advento que já aconteceu, ou seja, “ele veio”.[48] A leitura como particípio, e
não como um perfeito, expressa a ideia de uma “iminência”, e é mais próxima do
conceito escatológico dos salmos de realeza. Esta é uma questão aberta e
difícil de ser fechada, todavia creio que a leitura no perfeito, como
tradicionalmente muitos estudiosos tem feito, também pode expressa a ideia
escatológica do salmo, pois ele pode também ser traduzido no futuro.
Independente da analise verbal, o duplo éab'iî (“vem”) enfatiza que a urgente vinda do
Senhor, é o fato indispensável que o mundo e seu povo que deseja o reinado de
Yahweh devem aceitar.
O poeta diz ainda que quando Ele vier, vai se manifestar como um juiz
justo. A alusão parece ser um tempo futuro quando Deus viria a reinar
entre os povos, para fazer justiça e para estabelecer a verdade. Este
Reinado se refere propriamente ao reinado do Messias esperado, como é descrito
nos salmos reais ou em outros salmos do Rei Davi, os quais normalmente apontam
para o reino futuro de justiça e paz. Neste julgamento, todos os habitantes do mundo,
pequenos e grandes, altos e baixos, ricos e pobres, escravos e livres, vivos e
mortos, justos e injustos; serão julgados de acordo com a sua verdade.
Não há dúvidas que estas verdades se aplicam a Jesus Cristo. Deus Reina por meio de Cristo. Agostinho
comentando este texto diz que Deus Reina através de Cristo. Por essa razão que 1400 anos depois, quando
Martinho Lutero traduz a Bíblia alemã, disse que esta é uma profecia acerca do
reino de Cristo e da propagação do evangelho no mundo inteiro.O Novo Testamento confima esta verdade
quando nos mostra um Cristo que reina (no presente) no céu, a destra do Pai,
e deve reinar até que todos os inimigos sejam colocados debaixo de seus pés.
Além disso, Ele é o Rei e por essa
razão o Juiz vindouro (futuro). Ele voltará
em poder e glória, para julgar as nações (Apocalipse 19: 11-16). Ele veio
pela primeira vez como o Salvador humilde, para morrer pelos pecados dos que o
Pai lhe confiou, mas Ele voltará para Juiz para julgar a todos.
[1] Idem
[2] Cf. KELLEY,
Page H. Hebraico
Bíblico: uma gramática introdutória. 3.
ed. São Leopoldo: Sinodal, 2002.
[3]
Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word
Biblical Commentary: Psalm 96. Word Biblical Commentary. Dallas: Word,
Incorporated. 2002
[5] Ibid
[6] Cf. STRONG. Dicionário Bíblico Strong-Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - Sociedade
Bíblica do Brasil. Disponível na bíblia E-sword
[7] Ibid
[8] É digno de nota que Gill ao comentar
este salmo, o analisa do primeiro ao ultimo verso a luz de Cristo. Por essa
razão ele despreza muitos dos aspectos importantes para o contexto da época da
escrita. Isso faz o seu comentário, neste salmo, mais um estudo teológico e
sistemático do que exegético e analítico. Veja: GILL,
John. Exposition of the Old and New
Testaments: Complete and Unabridged. Baptist Standard Bearer, 2006.
[9] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521.
[10]
Keil, C.F. and F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament in Ten
Volumes. Psalms (Wm.
B. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, MI, reprinted 1976).
[11] É digno de nota que o que
esse salmo propoe (anunciar entre as nações a boas novas do céu), só é possivel
em Cristo, e de modo especial após o derramamento do Espírito Santo. (Cf.
Mateus 28. 18 – 20; Atos 1.8; 2. 37 – 41).
[12] Como já dissemos há uma semelhança
muito grande quanto a estrutura dos cânticos de louvor e os hinos de realeza ou
soberania. Para uma análise mais detalhada desta questão veja: FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês?: Um guia
para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 1991. p. 184
[13] LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário
internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo,
Vida Nova, 1998. P. 248.
[14] VINE,
W. E. Vine's expository dictionary of Old & New
Testament words. Nashville: T. nelson publishers,
1997. Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[15] Por exemplo, uma falsa visão ou profecia sobre a qual não se pode pôr
nenhuma dependência, chama-se “elil”, (“algo de nenhum valor”) [Jr 14.14], e um pastor que abandona
seu rebanho e, em vez de visitá-lo, curá-lo e nutri-lo, o devora e o dilacera,
é chamado em Zacarias 11.15, 16 um pastor “haelil”, (“de nenhum préstimo”). Neste
sentido a palavra é usada para os falsos deuses dos pagãos. Em vez de serem ~yhi(l{a, (elohim, deuses), são ~yli_ylia ('ĕlı̂ylı̂ym, mero nada). Por conseguinte, Paulo, em l Coríntios
8.4, fala de um ídolo como sendo “nada no mundo”. CF. CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. p. 517. Nota 6.
[16]
BULLINGER, E.W. Figures of Speech used in The Bible. Disponível
em: <http://bible.zoxt.net/bil/bil.htm> Acessado em: 05/10/2010.
Ver também: Cf. KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the
lord’s reign based on the text of the psalm: A Thesis Project Submitted to
Liberty Baptist Theological Seminary in partial fulfillment of the requirements
for the degree doctor of ministry. Disponível: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010
[17] Ibid
[18] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 517, nota 6.
[19]
Ibid
[20]
Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word
Biblical Commentary: Psalm. Word Biblical Commentary. Dallas: Word,
Incorporated. 2002
[21]
Op cit 14
[22]
Cf. BARNES, Albert, Notes
on the Bible (Baker Books, Grand Rapids, MI, reprinted from
the 1847 edition). Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[23] Entendemos que esta seção, para
fins exegéticos, vai até verso 10ª (ARA). Na presente exegese 9c como analisada na delimitação de
cláusulas.
[24] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3:
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 520.
[25]
LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário
internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998. p.
601.
[26] Ibid, p. 1601.
[27]
Cf. BARNES, Albert, Notes
on the Bible (Baker Books, Grand Rapids, MI, reprinted from
the 1847 edition). Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[28] Os objetivos desse tipo de
paralelismo são triplos: 1º Despertar a atenção do ouvinte para o que será dito
em seguida (segunda linha) 2º Uma vez que a
atenção e curiosidade estão despertadas pela natureza incompleta da primeira
linha, o ouvinte se sente compelido a saber
o resultado. 3º Com isso enfatizar o que é dito na segunda linha. Cf.
KIM, Woon Han. A study on the sermonic
application for the lord’s reign based on the text of the psalm. Disponível em: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010
Cf.
também CALIXTO, José Kleber Fernandes. Livros
Poéticos. Apostila elaborada para
acompanhamento, leitura e debates nas aulas de Livros Poéticos. Instituto
Bíblico Eduardo Lane (IBEL) – Patrocínio – MG. 2° semestre de 2003. P. 30
[29] VINE,
W. E. Vine's expository dictionary of Old & New
Testament words. Nashville: T. nelson publishers,
1997. Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[30] Idem
[31] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521.
[32] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol.
36: Word Biblical Commentary: Psalm
96. Word Biblical
Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002
[33] Idem.
[35]
LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário
internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo,
Vida Nova, 1998. p. 90.
[36]
BROW, DRIVER AND BRIGGS. A Hebrew and
English Lexicon of the Old Testament. Oxford: Claredon Press, 1974.
Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.
[37] VINE, W. E. Vine's expository dictionary of Old & New
Testament words. Nashville: T. nelson publishers,
1997. Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[38] FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes
o que lês?: Um guia
para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova, 1991. p. 184
[39] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36:
Word Biblical Commentary: Psalm. Word
Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002
[40] Cf. CALIXTO, José Kleber
Fernandes. Livros Poéticos. Apostila elaborada para acompanhamento, leitura e debates nas aulas de
Livros Poéticos. Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) – Patrocínio – MG.
2° semestre de 2003. P. 30
[41] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521
[42] VINE,
W. E. Vine's expository dictionary of Old & New
Testament words. Nashville: T. nelson publishers,
1997. Disponível
na Bíblia eletrônica e-sword.
[43] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 :
salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 523
[44] Ver: KIM,
Woon Han. A study on the sermonic
application for the lord’s reign based on the text of the psalm. Disponível em:
acessado em: 02/10/2010
[45]
Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word
Biblical Commentary: Psalm. Word Biblical Commentary. Dallas: Word,
Incorporated. 2002
[46] GILL, John. Exposition of the Old and New Testaments: Complete and Unabridged. Baptist
Standard Bearer, 2006.
[47] Como é o caso de Delitzsch, Gunkel, Kraus
dentre outros.
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