Batismo e plenitude do Espírito Santo - John Stott
Jailson Jesus dos Santos
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STOTT, John R. W. Batismo e plenitude do Espírito Santo: O mover sobrenatural de Deus. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2007. 124 p.
Vivemos em uma época em que muitos irmãos têm almejado uma vida plena no Espírito, porém confundem está plenitude com batismo. Outros se arrepiam imediatamente quando ouvem falar do assunto logo exclamam: “Isso é coisa de pentecostal!”. Tudo isso porque, apesar da plenitude do Espírito Santo ser algo totalmente bíblico, há muita confusão tanto em relação a terminologia quanto ao seu significado. Foi com o propósito de responder estas questões de forma bíblica e teológica que John Stott escreve seu livro.
John Robert Walmsley Stott é conhecido mundialmente como um pastor evangelista e erudito da Escritura. Foi um agnóstico até 1939, quando ouviu uma mensagem do reverendo Eric Nash e se converteu ao cristianismo evangélico. Depois disto dedicou-se a pregação expositiva com o objetivo de alcançar não apenas os corações, mas também as mentes de homens e mulheres contemporâneos. Stott é doutor honorário por varias universidades, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá. Por muitos anos atuou como reitor da igreja All Souls, em Londres, onde também realizou um ministério pastoral urbana eficaz. Stott foi um dos principais nomes no Pacto de Lausanne (1974) ao defender o evangelho integral. Uma de suas maiores contribuições internacionais são os seus livros que já venderam milhões de cópias em todo o mundo. Stott foi homenageado pela revista Time, em 2005, como uma das“100 Pessoas Mais Influentes do Mundo”.[1]
O livro “Batismo e Plenitude do Espírito Santo: O mover sobrenatural de Deus” é fruto de uma série de estudos numa conferência para líderes evangélicos sobre a obra do Espírito Santo, os dons espirituais, e especialmente, sobre o batismo com o Espírito Santo. Estas palestras foram uma reação de Stott ao crescente Pentecostalismo dentro da sua própria paróquia.[2] Elas foram publicadas em 1966, num livrete intitulado “The Baptism and Fullness of the Holy Spirit”.[3] Dez anos após Stott publicou uma segunda edição, intitulada “Baptism & Fullness: The Work of the Holy Spirit Today”,[4] onde manteve sua posição anterior e ampliou algumas partes que precisavam de mais clareza e fundamentação. Esta obra foi traduzida e publicada em português em 1986, como “Batismo e Plenitude do Espírito Santo” [5] e já esta na 3ª edição.[6] Nela John estuda os principais aspectos da obra do Espírito relacionados com a polêmica moderna, tais como a promessa do Espírito, o batismo do Espírito, a plenitude, o fruto e os dons do Espírito.[7]
A proposta principal da obra é mostra que a promessa do batismo com o Espírito Santo se cumpri na vida de todos os cristãos quando os mesmos creem em Jesus Cristo e não quando o buscam como uma “segunda benção” ou “obra em duas etapas”, como faz o “movimento carismático” (termo usado para se refere ao que conhecemos como “movimento pentecostal”). Stott examina este assunto de forma didática e dentro de uma sequencia sistemática e lógica, trata do tema com grande clareza mostrando um vasto conhecimento do assunto e um grande poder de síntese. Suas conclusões são baseadas em exegese sólida e uma leitura atenta das Escrituras.
O livro é dividido em quatro capítulos. O autor introduz o assunto falando sobre a carência da obra do Espírito Santo tanto nas igrejas históricas, como nas novas do terceiro mundo. Em seguida mostra os quatros princípios básicos que regeram sua abordagem, a saber: 1º Nosso anseio e obrigação, como cristãos, deve ser o de encaixar-se no propósito pleno de Deus para nós; 2º Devemos descobrir este propósito de Deus na Bíblia; 3º A revelação do propósito de Deus na Bíblia deve ser buscada preferencialmente nas suas passagens didáticas, e não nas descritivas; 4º nossa motivação ao buscarmos aprender o propósito de Deus do ensino da Escritura, é prática e pessoal e não acadêmica e polêmica.
O primeiro capítulo tem como objeto de estudo a “promessa do Espírito Santo”. Stott concentra-se no significado da expressão “dom” ou “batismo” do Espírito e por meio de uma forte evidência bíblica, mostra que ambos são a mesma coisa, e que descrevem uma bênção inicial (recebida no início da vida cristã) e não subseqüente (recebida algum tempo depois). Observe que Stott defende que todos os que têm o Espírito de Deus são filhos de Deus, e todos os que são filhos de Deus têm o Espírito de Deus. Para ele não existe razão para cremos e buscarmos um “batismo” pós-conversão, pois o mesmo é sinônimo.
A implicação desta verdade é que o batismo é uma bênção universal (concedida a todos os cristãos), não esotérica (secreta, experimentada somente por alguns). Stott como os demais reformados crer que a promessa do “dom” ou “batismo” do Espírito é para tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar. Stott mostra também, como esta verdade esta presente nos batismos que aconteceram no pentecoste, em Samaria e em Éfeso. Ele mostra também, que a confirmação de que “ser batizado com o Espírito” acontece no início da vida cristã, vem de uma comparação dos sete versículos em que esta expressão ocorre, especialmente de um estudo da única passagem fora dos Evangelhos e de Atos, isto é, 1 Coríntios 12:13.
A interpretação de Stott deste último texto é clássica e tem sido a base dos muitos estudos posteriores sobre este assunto. Ele aponta para o fato de Paulo estar enfatizando a unidade no Espírito em contraste à variedade dos dons espirituais, assunto discutido nos versos anteriores de 1 Co 12. As evidências disso são as palavras “todos” e “um só”. Para Stott, Paulo estar colocando em negrito que todos de forma comum (e não alguns de forma extraordinária) possuem de igual modo o Espírito Santo. De modo geral a tese conclusiva de Stott é que o batismo com o Espírito Santo não é nem uma segunda benção, nem uma benção subsequente que apenas algumas pessoas possuem, mas uma graça (charis) que todos possuem quando iniciam a vida cristã.
O capítulo dois é um dos mais extensos da obra. Nele Stott discorre sobre “a plenitude do Espírito Santo”. De início mostra a diferença entre batismo e plenitude do Espírito. Segundo ele quando falamos do batismo do Espírito estamos nos referindo a uma concessão definitiva; quando falamos da plenitude do Espírito estamos reconhecendo que é preciso apropriar-se contínua e crescentemente deste dom. Sua tese, em outras palavras, é que o batismo não pode ser repetido nem pode ser perdido, mas o ato de ser enchido pode ser repetido e, no mínimo, precisa ser conservado. Observe que esta distinção entre “batismo” e “plenitude” não é apenas necessária, mas vital para se compreender ambos assuntos. A confusão na definição e entendimento destes termos tem levado muitos a uma má compreensão ou uma exposição não tão clara da doutrina do Espírito santo, um exemplo disso é a exposição deste assunto feita pelo Dr. Martyn Lloyd-Jones.[8]
Stott analisa ainda, as evidências da plenitude, e mostra que a principal evidência é moral, e não miraculosa, e reside no fruto do Espírito, e não nos dons do Espírito. A tese de Stott vai de encontro ao movimento pentecostal, o qual diz ter igrejas que tem muitos dons, mas poucos dotes (qualidades) divinos. Tem muitas manifestações de dons, mas pouca manifestação de vida. Estão cheias de curas físicas, mas possuem poucas curas espirituais. Cheias de dons do Espírito, mas vazias do fruto do Espírito. Por essa razão, as duas principais áreas em que esta plenitude se manifesta são culto e comunhão, diz Stott.
Stott, com base em Éfesios 5. 18, fala ainda sobre o mandamento para ser cheio do Espírito e mostra que ele é uma ordem (imperativo) para todos os cristãos (plural) deixar ser cheio de Espírito Santo (passivo) de forma continua (presente grego). Observe duas coisas na análise de Stott: A primeira essa plenitude é para todos os cristãos e não apenas para um grupo. A segunda é que paradoxalmente o enchimento (voz passiva no grego) do Espírito Santo vem dEle mesmo. O que o Apostolo que dizer é que devemos: “Deixai-nos encher pelo Espírito”.
O autor fala ainda de duas objeções sobre a ideia de distinguir batismo e plenitude do Espírito, a saber: 1) Se todos os cristãos foram batizados com o Espírito, a maioria não parece ter sido! 2) Alguns cristãos dizem ter passado por uma outra experiência do Espírito Santo, diferente, e eles não parecem estar mentindo! Stott responde estas objeções dizendo que a vida “média” de muitos cristãos não são evidências de que eles precisam ser batizados com o Espírito, mas que precisam recuperar a plenitude do Espírito, perdida por causa de pecado ou incredulidade, tomando-se, assim, o que os cristãos de Corinto eram, ou seja, “não espirituais” ou “carnais” (1 Cor. 3:1ss.). Veja que para ele a razão para uma vida medíocre espiritualmente não é a falta do batismo, mas sim seu retrocesso em pecado e consequentimente o apagamento parcial do Espírito Santo.
Finalmente Stott fala sobre as experiências especiais que segundo ele pode ser demoníacas, psicológicas ou verdadeiras. Todavia, estas verdadeiras, diz ele, são incomuns, de importâncias secundária e incompletas. Mais uma vez Stott não polariza a questão. Ele não apoio a ideia de que há crentes que desfrutam na terra as coisas do “terceiro céu”, nem a ideia de um Deus que não seja soberano para fazer o que lhe apraz.
O terceiro capítulo é o menor e estuda o fruto do Espírito. Nele o autor mostra que muitas da características da vida cristã estão ligadas ao fruto de Espírito, o qual é de origem sobrenatural porque é o Espírito que o produz; cresce naturalmente quando as “condições” são naturais e leva a uma maturidade gradual. É digo de atenção a ênfase dada por Stott a maturidade cristã constante e gradual. Ele mostra que o alvo do cristão é maturidade cristã e não as experiências subjetivas como normalmente vemos no “movimento carismático”. O autor conclui com algumas lições finais: 1) Se é de origem sobrenatural, precisamos ter humildade e fé; 2) tem um crescimento natural, desde que disponha das condições adequadas, precisamos ter disciplina para garantir que as condições estarão disponíveis; 3) vem de um amadurecimento gradual, precisamos ter paciência para esperar.
O último capítulo o objeto de estudo é o “dom do Espírito”. O autor entende que os dons do Espírito são concedidos individualmente aos crentes, mas sua finalidade é o crescimento sadio de toda Igreja. Com base nessa linha Stott estuda a natureza dos dons e mostra que eles vêm do Espírito. Em seguida, Stott fala sobre a quantidade dos dons, a qual segundo ele é maior do que se tem pensado e dito (não apenas nove, mas pelo menos vinte). Ele analisa, também, a relação entre dons espirituais e talentos naturais, e diz haver um vinculo muito grande entre estas duas coisas.
Stott finaliza o capítulo respondendo, não de forma breve, algumas perguntas em relação aos dons. A primeira refere ao fato de todos os dons serem ou não miraculosos. De forma equilibrada, Stott diz que não devemos ter nem uma incredulidade obtusa (“não acontecem mais milagres”), nem uma credibilidade impensada (“É claro! Milagres estão acontecendo o tempo todo”), mas uma atitude de mente aberta, de averiguação. Como em outras questões Stott evita a polarização e mantém o equilibro. Nem diz que tudo é milagre, nem que Deus não pode fazer nada.
Outra pergunta relevante é se todos os dons espirituais da Bíblia são dados hoje. Sua resposta é que as evidências bíblicas apontam para uma reposta negativa. O pensamento de Stott mais uma vez vai de encontro a muitos seguidores do movimento pentecostal que se declaram apóstolos, profetas e receptores de novas revelações (nos sentidos bíblicos das palavras). Quanto ao alcance dos dons, ele mostra que os dons não privilégio de um grupo seleto, ao contrário foi dado a todos da “comunidade carismática”. Respondendo as perguntas: De onde eles vêm e para que servem, Stott mostra que eles vêm do próprio Espírito como fruto da graça (charis) de Deus e têm como propósito edificar a igreja por meio do multo serviço. Esta afirmação é de extrema relevância na análise do movimento carismático. Não são poucos os que dizem ter os dons extraordinários do Espírito, mas sua utilidade não visa o crescimento e a maturidade do corpo e sim a exaltação ou glória pessoal.
De modo geral vemos que Stott segue o pensamento da maioria dos reformados sobre o assunto, quando diz que o batismo com o Espírito Santo é idêntico a conversão e acontece no ato de iniciação da fé e não posteriormente por meio da busca do mesmo, e que levaria assim há uma grau maior de espiritualidade. Ao contrário disso, Stott diz ser o batismo uma bênção é inicial e universal e não esotérica (secreta, experimentada somente por alguns), a qual tem como grande propósito capacitar todos os santos, a fim de que haja edificação do corpo, por meio do multo serviço, que acontece através da prática dos dons recebidos.
Talvez o ponto mais forte da obra de Stott é fazer uma clara distinção entre “batismo” e “plenitude” do Espírito. Como já dito, a confusão quanto a terminologia e a real compreensão destes assuntos tem levado muitos estudiosos a interpretações obscuras da doutrina do Espírito Santo. Além disso, não são poucos os estudiosos conservadores que com o intuito de combater o batismo com o Espírito Santo como uma “bênção subsequente a salvação”, adotam o outro pólo da verdade e desprezam parcialmente e até totalmente a verdade de uma genuína plenitude do Espírito, que leve a um reavivamento espiritual individual, que o conduza a experiências mais ricas e profundas com Deus, demonstrada na vida pratica por meio de uma santidade de vida e prática de boas obras. Este equilibrio do Dr. Stott é sem dúvida a maior necessidade, tanto das igrejas pentecostais quanto das históricas. Para que os carismáticos não digam o que a Bíblia claramente não diz e os tradicionais (terminologia usada pelos carismáticos) não minimize o que ela claramente diz.
Em suma, a leitura da obra foi bem produtiva, pois, de maneira profunda, simples e rápida foi possível conhecer não apenas a doutrina da pneumatologia, a visão do movimento pentecostal, mas ambas em contraste. De modo geral podemos ver que John Stott segue uma linha reformada e equilibrada do assunto. Suas teses são bem fundamentadas tanto biblicamente como teologicamente. A grande contribuição da obra é apresentar algumas respostas atuais ao “movimento carismático” de maneira clara e concisa, o que a torna uma grande fonte de consulta rápida. É de conhecimento de muitos que nem todas as obras que tratam do assunto são assim. Muitas são exaustivas e ambíguas, porém a que aqui foi resenhada é simples e direta. Na obra fica claro o propósito de trazer de forma sintética a doutrina do batismo e plenitude do Espírito Santo, e ele faz isso com eficiência e clareza. Sendo assim, a obra é indicada para todos aqueles desejam conhecer a teologia do Espírito Santo em contraste com o “movimento carismático” de maneira profunda, simples e rápida. Por isso, para todos estudiosos e interessados em saber, o que de fato é uma comunidade carismática, este é um livro que não pode faltar na biblioteca.
Pastor Jailson Santos
Notas
___________________
[1] Algumas das informações dos dados biográficos estão disponíveis em: <http://www.amazon.com/John-R.-W.-Stott/e/B000APHNUA/ref=ntt_dp_epwbk_0> Acessado em: 23/10/2010.
[2] Lopes, Augustus Nicodemus. Martin Lloyd-Jones, Stott e 1 Co 12:13 - O Debate sobre o Batismo com o Espírito Santo, em Fides Reformata, 1/1 (Julho-Dezembro 1996).
[3] John R. W. Stott, The Baptism and Fullness of the Holy Spirit (Illinois: Intervarsity Press, 1964).
[4] John R. W. Stott, Baptism & Fullness: The Work of the Holy Spirit Today (Illinois: Intervarsity Press, 1975)
[5] John R. W. Stott, Batismo e Plenitude do Espírito Santo, trad. Hans U. Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 1966; 2ª edição, 1986.
[6] A presente resenha tem como base a 3ª edição: STOTT, John R. W. Batismo e plenitude do Espírito Santo: O mover sobrenatural de Deus. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2007. 124 p.
[7] Op cit 2
[8] Veja uma análise que mostra de forma resumida o pensamento do Dr. Martyn Lloyd-Jones em contrate com o de Stott em uma excelente artigo do Dr. Augustus Nicodemus em: Lopes, Augustus Nicodemus. Martin lloyd-Jones, Stott e 1 Co 12:13 - O Debate sobre o Batismo com o Espírito Santo, em Fides Reformata, 1/1 (Julho-Dezembro 1996).
Oi adorei.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
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